O presidente da Bolívia, Evo Morales, contra-ataca às denúncias de fraude na apuração das eleições e denuncia que existe uma tentativa de golpe de estado no país que une a oposição e grupos internacionais. O presidente declarou estado de emergência, nessa quarta-feira. Pelo twitter, Morales também mandou recado para a direita boliviana. “Deixem de provocar enfrentamento entre bolivianos. Não semeiem ódio e desprezo aos setores populares. Desconhecer o voto das áreas rurais é racismo”. Na segunda-feira, quando foi retomada a divulgação dos números da apuração, Evo Morales tinha atingido mais de 10% dos votos acima do segundo colocado, o neoliberal e o ex-presidente Carlos Mesa. Esses números garantiam a reeleição de Morales para o quarto mandato e provocaram uma reação imediata da oposição. Mesa disse que não reconhecia o resultado e que era uma “fraude escandalosa” e seus eleitores saíram às ruas em várias cidades. A sede da Justiça Eleitoral de Sucre foi queimada. Evo Morales já se reuniu com observadores e delegações diplomáticas da União Europeia e OEA. Ele reiterou o convite para que analisem todo o processo de contagem dos votos, ata por ata, com toda a garantia. Durante a entrevista dessa quarta-feira, Morales conclamou o povo boliviano e organismos internacionais a defender a democracia. “Quero que o povo boliviano saiba que até agora humildemente aguentamos, suportamos para evitar a violência e não entramos em confronto, e nunca vamos entrar em confronto, mas quero dizer ao povo boliviano: primeiro, estado de emergência e mobilização pacífica e constitucional. Vamos defender a democracia!
