22/10/2019 às 14h26min - Atualizada em 22/10/2019 às 14h26min

CHILE: 15 MORTOS NOS PROTESTOS

GOVERNO TENTA ACORDO NACIONAL


Os chilenos usam as redes sociais para pedir socorro ao mundo e denunciam a violência dos policiais e militares contra os manifestantes. 
“Amigos y amigas del extrangero, por favor, ayúdennos a difundir. Hay muerte y muertos em la calles de Chile”. As informações que chegam pelo whatsapp, foram confirmadas, nessa terça-feira, 22, pelo governo. Segundo o subsecretário do Interior, o número de mortos nos protestos dos últimos dias subiu para 15, 11 na região metropolitana de Santiago. Ubilla associou as mortes aos incêndios e saques, principalmente nos centros comerciais. Três pessoas que morreram em incidentes fora da capital foram vítimas de tiros. 
O presidente Sebastián Piñera já muda o tom dos discursos e tenta encontrar uma saída para a explosão social que abala o Chile desde sexta-feira. Ele já articula reuniões com os partidos políticos no momento que a tensão pode ser agravar ainda mais com greves e mobilizações. Enfrentando a maior onda de violência registrada desde 1990 quando o povo chileno recuperou a democracia, Piñera afirmou, no domingo, que o “país estava em guerra”. Agora, ele procura a paz. "Vamos explorar  e oxalá avançar para um acordo social que nos permita a todos, unidos, nos aproximarmos com rapidez, eficácia e também com responsabilidade em busca de melhores soluções para os problemas que afetam os chilenos".O aumento da passagem do metrô em Santiago, na sexta-feira, foi o estopim para lutar contra o desemprego, os baixos salários, as péssimas aposentadorias e a falta de saúde pública para todos. O governo suspendeu o aumento, mas os especialistas afirmam que essas reivindicações estavam reprimidas há anos. Por isso, as manifestações rapidamente tomaram conta das ruas de todo o país.
A imprensa que apoia o governo tenta colocar a culpa na violência utilizada pelos manifestantes. Para muitos, a revolta popular é uma reação diante dos ataques da direita e da polícia. A polícia usado de fuzis e bombas para reprimir as manifestações.
Há anos, as tristes notícias sobre o crescente número de suicídios de aposentados pelo sistema de capitalização no Chile, chocam o mundo. Mesmo com tanta proximidade, o Congresso brasileiro parece que não vê as redes sociais, não assiste tv e nem lê jornais. O Senado deve votar hoje, em segundo turno, a reforma da Previdência. Nas últimas horas, internautas alertam que o “Brasil pode ser o Chile amanhã” e ainda “sugerem” que o ministro da Economia, Paulo Guedes, até Santiago para “explicar” aos chilenos como o sistema capitalização é bom para o trabalhador, uma crítica ferrenha ao que ele vem fazendo no Brasil.
Enquanto isso no Japão, o presidente Jair Bolsonaro reafirma que diplomacia não é com ele mesmo, Ele disse que os protestos só acontecem porque a ditadura do general Augusto Pinochet acabou em 1990. Ele culpou também os manifestantes que são contrários à políticas americanas e imperialistas. E disse mais. “Naquela época, as Farc fizeram parte, Fidel Castro, isso tudo. E qual o espírito dessa questão? Primeiro é bater contrário às políticas americanas, imperialistas, segundo eles. E depois são os países que se autoajudam para chegar ao poder”, disse Bolsonaro. Aí fica uma pergunta: essa gente faltou a todas as aulas de História? Que tristeza.
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Daqui&Dali Publicidade 1200x90