Já se fala que o STF a qualquer momento poderá pôr Lula em liberdade, em função da progressão de sua prisão para o semiaberto. É bom? É ruim? É melhor esperar? Em primeiro lugar, temos que considerar que Lula insiste em sair apenas quando ele for totalmente inocentado pela Justiça – ou seja, nunca... Mas, na suposição de que pode ser que ele saia, já começam a surgir dois (ou mais...) lados da moeda.
A libertação de Lula, agora ou em qualquer época, será uma grande festa, vai significar alegria nacional – possivelmente até entre alguns (suaves) adversários. Ele vai correr o Brasil levando sua voz, sua luta, vai enfiar o dedo na cara de Bolsonaro mostrando quem ele realmente é e mostrando com mais vigor o estrago que a sua política fascista está fazendo a nosso país. Certo? Certíssimo.
Mas há também o lado incerto. Há quem pense que ainda não é a hora, porque a sua libertação e o natural crescimento político/eleitoral do PT e de todo o campo de esquerda contribuiriam para o reagrupamento da direita (que no momento está fragmentada), dando, a ela, um inimigo comum e, a Bolsonaro, o combustível para ataques sobre o risco de a esquerda retomar o poder. Na verdade, esse argumento não se sustenta muito. A direita vai se reagrupar contra a esquerda, com Lula ou sem Lula. A divisão que se vê no momento nessa direita que se apoderou do Brasil é facilmente re$olvível.
O que temos que considerar é que Lula sabe muito bem o que está fazendo “não fazendo nada” na prisão. Ele sabe melhor do que todos nós qual será o melhor momento de soltar a voz nas estradas – e aí ninguém consegue parar...
