A jornalista Helena Chagas mandou bem quando escreveu em sua coluna que “partidos que chegam ao governo costumam mesmo ser palco de disputas acirradas pelo poder. Isso é normal. O que não é normal, porém, é vê-los se transformar em ringue de MMA, dando shows de pancadaria pura, como está acontecendo agora com o PSL e Jair Bolsonaro”. Não é normal porque não se trata de uma cena entre mocinho e bandido – não há mocinho nessa fita. Onde está o mocinho na sequência de busca e apreensão em que a PF atua em terras de Luciano Bivar, o diretor de produção dessa superprodução? A PF de Bolsonaro agiu como “vingadores” contra o “pistoleiro” presidente do partido, Luciano Bivar, na operação de busca e apreensão que selou o rompimento de forma irreversível que “ameaça nocautear o restinho de governabilidade que o Planalto ainda tinha no Legislativo”.
Helena Chagas lembra que, “nesta terça, o PSL aliou-se ao PSOL contra uma medida provisória do presidente. Destituiu o líder do governo, Major Vitor Hugo, da comissão que analisa a Previdência dos militares. O que mais fará? O céu é o limite”. Mais do que isso, é uma superprodução em longa metragem. Acontece que nesse caso não há um Monte Castelo facilmente conquistável. Para nenhum dos dois lados – embora a obrigação de conquistar terrenos seja de Bolsonaro, para substituir o PSL perdido. Não é à toa que Bolsonaro, bastante indignado, aparece em uma cena (captada por Gabriela Biló) apontando sua “arminha” na direção do “diretor de cena” Sérgio Moro.
A crítica dessa chanchada dá seu tiro de misericórdia quando aponta que “o mais provável é que os desastrosos movimentos políticos do presidente de atirar diretamente no próprio partido (...) provoquem, sim, uma situação de caos político, inviabilizando o que resta da agenda econômica liberal de Paulo Guedes”.
É nessa hora que a plateia se levanta para aplaudir de pé...
