30/09/2019 às 06h52min - Atualizada em 30/09/2019 às 06h52min

BERLIM RECOMPRA 6.000 IMÓVEIS

A IDEIA É SEGURAR OS PREÇOS DO ALUGUEL

 

Trata-se de uma ação que não é nova, mas é bastante ousada. A cidade-Estado de Berlim recomprará quase 6.000 antigas moradias sociais que hoje pertencem a uma empresa imobiliária. E pagará por elas 920 milhões de euros (cerca de 4,2 bilhões de reais). O Governo berlinense pretende frear o vertiginoso aumento do aluguel na capital alemã. É uma das várias ações, mas já se trata da maior “recomunalização da história de Berlim”, como informou a secretária regional de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Katrin Lompscher.
 
O prefeito de Berlim, Michael Müller (social-democrata), já tinha avisado, no início do ano, que faria isso onde isso fosse financeiramente possível e fizesse sentido para estabilizar os aluguéis. “Mas continuaremos construindo novas moradias e garantindo juridicamente o teto do valor do aluguel”.
 
Lompscher informou que são antigas moradias sociais que, erradamente foram vendidas há algum tempo. Agora pode-se agora dar aos inquilinos a segurança que perderam durante a privatização. “Com a compra, ampliamos significativamente as propriedades das empresas públicas e ajudamos a preservar o equilíbrio social em nossa cidade", disse ele.
 
O Governo de Berlim— coalizão entre os sociais-democratas do SPD, o Partido Verde e a Die Linke (A Esquerda)— já tinha anunciado em junho que congelará o valor dos aluguéis por cinco  anos. 85% dos moradores de Berlim pagam aluguéis e certamente sofrem com a disparada dos aluguéis dispararam nos últimos anos. Na última década, duplicaram. O valor da venda aumentou 20,5% em 2017, mais do que em qualquer outra cidade. Uma das causas é a especulação em função da escassez de moradias e a demanda permanente de uma cidade que não deixa de crescer. Todo ano, 40.000 pessoas se mudam para Berlim a fim de trabalhar, estudar ou na condição de refugiados!
 
A operação gerou críticas tanto dos liberais (que não consideram que a medida solucione a falta de moradia na capital) quanto dos conservadores, que se perguntam por que não se fez isso antes, quando os preços eram mais baixos. A extrema-direita (AfD) qualificou a iniciativa como “um gasto enorme”.
 
Além da compra de imóveis e o do teto para o valor do aluguel, a construção é o outro eixo da política municipal. Matthias Kollatz, secretário regional de Finanças da cidade-estado de Berlim, explicou recentemente que “a resposta prioritária deve ser a construção de moradias, sobretudo sociais”. Berlim planeja construir 6.000 imóveis desse tipo por ano, além de adquirir outros 4.000. Em 2018, foi aprovada a construção de 3.500 moradias sociais, e a ideia é aumentar essa cifra em 500 por ano até chegar a 6.000 anuais.
 
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