20/09/2019 às 16h27min - Atualizada em 20/09/2019 às 16h27min

WITZEL, FLÁVIO E BOLSONARO

CADA UM POR SI E 2022 CONTRA TODOS


O Filho Flávio (PSL), recebeu do presidente-Pai, a missão de evitar que o atual governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que está mirando 2022, ganhe terreno no berço eleitoral de Pai e Filho.

Eram aliados, mas romperam. Após o rompimento, intensificaram buscas pelo apoio de prefeitos. A missão é filiar os políticos com alguma chance de reeleição no ano que vem ou costurar alianças para ajudar a pavimentar o caminho para o pleito presidencial em 2022. A corrida ganhou curvas dramáticas, depois da ruptura entre Flávio e Witzel.

Quando Witzel assumiu o governo do Rio, o seu partido, o PSC, não comandava nenhum município fluminense. Mas desde janeiro, entre uma e outra conversa ao pé do ouvido, o ex-juiz já conquistou pelo menos sete prefeitos para a sua legenda, um recrutamento que contou sempre com a conversa ao pé do ouvido feita pelo Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC. Já o PSL não comanda prefeituras no estado.

Afago vindo da China

O filho de Jair Bolsonaro deu início à mesma empreitada esta semana, com a missão de evitar que o governador continue ganhando terreno no berço eleitoral do pai. O senador tem a missão de ampliar o grupo político fiel a Bolsonaro no estado — seja no PSL ou em um eventual partido para o qual a família, nem tão confortável na atual legenda, deseje migrar. Nesta quinta-feira, após reunião com empresários na China, Flávio Bolsonaro citou nominalmente o prefeito de Itaboraí numa rede social:
— Há a real possibilidade de a petrolífera chinesa CNPC, em parceria com a Petrobras, retomar as obras do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Uma grande notícia para o Brasil, para o Rio e, em especial, para a cidade de Itaboraí, do prefeito Sadinoel.

Diante das desavenças entre o senador e Witzel, visto por Bolsonaro como um potencial adversário em 2022, Flávio decidiu que não dividirá mais com o Palácio Guanabara o crédito por medidas implementadas pela União no Rio.
— Antes, o Flávio avisava com antecedência ao Witzel, como fez quando conseguiu a emenda que liberou R$ 2,5 bilhões para o estado com o megaleilão do petróleo. Isso acabou. Agora, ele vai pontuar, deixar bem claro que muitas ações positivas que acontecerão no estado não são frutos da gestão estadual, mas dele como senador e do governo federal — disse um aliado de Bolsonaro.

“Há a real possibilidade de a petrolífera chinesa CNPC retomar as obras do Comperj. Uma grande notícia para o Brasil, para o Rio e, em especial, para a cidade de Itaboraí, do estimado prefeito Sadinoel”

Flávio Bolsonaro

A necessidade de reforçar o grupo político ficou evidente com o racha na Assembleia Legislativa, onde, mesmo após determinação de Flávio, boa parte dos deputados do PSL reluta em abandonar o governo e fazer oposição a Witzel. Nesta quinta, o governador disse que políticos do partido de Bolsonaro são “bem-vindos” ao PSC.
 
— Não posso impedir ninguém de se desfiliar e também não posso impedir a filiação ao PSC, até porque todos os deputados do PSL são excelentes — disse Witzel. Pode ser que, em 2022, Bolsonaro chegue à conclusão de que ele mesmo não vai ser candidato e vai ter que escolher alguém para apoiar. Ele tem que ter uma opção. Eu gostaria de ser também uma opção do PSL, mas tudo isso em 2022.

Leia mais no O GLOBO
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »