20/09/2019 às 16h06min - Atualizada em 20/09/2019 às 16h06min

THE INTERCEPT INTERCEPTA PLANO DE BOLSONARO

DESTRUIR A FLORESTA PARA EXTRAIR MINÉRIO


No dia da #GreveGlobalPeloClima, em que moradores de milhares cidades do mundo saem às ruas em defesa do meio ambiente, o site The Intercept revela o plano do governo Bolsonaro para a Amazônia. A reportagem mostra que o que eles querem mesmo é “destruir a floresta para explorar riquezas, extrair minério, facilitar a intervenção de megas corporações, fazer grandes obras, ocupar terrenos cultiváveis e atrair novos habitantes”. Os manifestantes que estão nas ruas defendendo a Amazônia não têm ideia da destruição planejada pelo governo Bolsonaro.

O projeto Barão de Rio Branco, existe desde fevereiro e vem sendo apresentado pelo governo em reuniões fechadas para autoridades e empresários. O Intercept Brasil obteve de uma fonte anônima documentos inéditos e a gravação de uma dessas reuniões e revela com exclusividade o plano de Bolsonaro para a exploração da Amazônia. Por trás dele, há ideias mirabolantes – como o temor de uma suposta invasão de chineses pela fronteira do Suriname e a ideia de que a região deve representar metade do PIB nacional.
Bolsonaro e a turma dele consideram os indígenas,  quilombolas e ambientalistas, entraves para o desenvolvimento.
O material que o Intercept teve acesso mostra “de onde eles tiraram essa “ideia”: o temor dos militares de que o Brasil perca o controle da Amazônia – seja por ações indiretas que visam enfraquecer o estado no local ou por invasões territoriais.
Em um áudio gravado durante uma reunião em abril, o Secretário Especial de Assuntos Estratégicos, General Santa Rosa, detalha sua preocupação com a soberania na região. Diz ele: “Na fronteira oeste da Sibéria tem mais chinês hoje do que cossaco. A Rússia está acordando para um problema de segurança nacional muito sério. Ouça a “explicação”:



A divulgação desse importante material de investigação e pesquisa da editora Tatiana Dias e toda a equipe do site, dias antes de Jair Bolsonaro fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, terça-feira, 24 de setembro, só aumenta a visão negativa do mundo em relação ao governo Bolsonaro. Por causa do desmatamento recorde e das queimadas de grandes proporções, autoridades estrangeiras têm mostrado preocupação sobre a eficiência do Brasil em cuidar da maior floresta tropical do mundo. 
Antes mesmo dessa matéria, falando aos internautas que seguem as transmissões semanais ao vivo, Bolsonaro avisou que sabe que vai ser “atacado”. Agora, então...
Segundo o Intercept , hoje , o Exército acredita que há uma “grande estratégia indireta” de anulação do estado brasileiro na Amazônia. A tese tomaria o lugar do medo de uma invasão militar, popular na caserna durante a ditadura. A dissolução do estado brasileiro na região aconteceria com apoio internacional para que os indígenas fundassem novas nações baseadas em etnias. Há um temor antigo, por exemplo, de que os Yanomami brasileiros se juntem com os venezuelanos na criação da nação Yanomami.
É por isso que o Exército se preocupa com a presença de ambientalistas, ONGs e até da Igreja Católica no local, vistos como passíveis de manipulação por outros países e que permitiriam a internacionalização da Amazônia. O governo tem forte resistência à realização do Sínodo da Amazônia que acontece em outubro. O Papa Francisco tem acompanhado de perto o planejamento desse encontro. O Sínodo foi assunto, dessa sexta-feira na Rádio do Vaticano.



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