18/09/2019 às 15h37min - Atualizada em 18/09/2019 às 15h37min

O MUNDO NÃO SE ENDIREITA.

FELIZMENTE!


A extrema direita não se cansa de tentar tomar conta do mundo, não importa o custo. E é preciso reconhecer que os últimos anos foram bem apavorantes, principalmente, aqui entre nós, depois que figuras como Trump e Bolsonaro tomaram o poder.
 
Hungria
Nessa leva dos países que resolveram surfar na onda da direita fascista, talvez a Hungria tenha sido uma espécie de pioneira. Seu primeiro-ministro Viktor Orbán está no poder desde 2010, sempre cercado de acusações de violações de valores democráticos em temas como imigração, corrupção, liberdades civis e direitos das minorias.
Limitou os poderes da corte constitucional, desenvolveu política anti-imigração. A União Europeia já estuda aplicar sanções contra o país por desrespeito à democracia.
Populista de tendências autoritárias, Viktor Orbán é primeiro-ministro húngaro desde 2010, quando seu partido, o conservador Fidesz, venceu as eleições com maioria esmagadora dos votos.
Entre as suas medidas polêmicas está uma reforma do Judiciário que aumentou o número de cadeiras da Suprema Corte húngara de 8 para 15 e deu ao partido de Orbán o poder para nomear juízes, o que críticos acusam de minar a independência judicial.
Também foram alvo de críticas a reforma eleitoral, a limitação dos poderes da corte constitucional, a redução da pluralidade midiática e as duras políticas anti-imigração. A União Europeia estuda aplicar sanções contra o país por desrespeito à democracia.
Ideologicamente, o Fidesz, que surgiu em 1988 como um partido liberal, democrático e anti-comunista, transformou-se numa agremiação conservadora, de cunho autoritário e eurocético.
Polônia
O partido conservador de direita Lei e Justiça (PiS), do primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, governa o país do Leste Europeu com maioria absoluta no Parlamento. Embora não se apresente como extremista de direita, a legenda é abertamente anti-imigração e já foi descrita como aliança entre o nacionalismo e o neofascismo.
Uma das figuras mais emblemáticas do PiS é seu presidente, Jaroslaw Kaczyński, um ex-primeiro-ministro e ex-presidente polonês que é o verdadeiro homem forte do governo. Com um discurso muitas vezes descrito como antidemocrático, Kaczyński se diz contrário à União Europeia e à acolhida de refugiados e já expressou desejo de construir uma "Budapeste em Varsóvia".
Elementos centrais do discurso do PiS são criminalidade e segurança interna e, ligados a eles, o "reestabelecimento da lei e da ordem".
Seguindo os passos da Hungria, o PiS também aprovou uma reforma do sistema judicial polonês com o objetivo, segundo críticos, de preencher assentos da Suprema Corte com juízes aliados ao governo. A medida levou a Comissão Europeia a abrir um processo legal contra a Polônia. O partido também tenta controlar a imprensa pública. Assim como o Fidesz, o PiS tem uma clara tendência eurocética.
Áustria
Desde dezembro de 2017 a Áustria é governada por Sebastian Kurz, da legenda conservadora ÖVP (Partido Popular Austríaco), aliada ao populista de direita FPÖ (Partido da Liberdade da Áustria), do vice-chanceler Heinz-Christian Strache, uma espécie de precursor da atual onda de partidos de extrema direita.
Itália
LIGA, o partido italiano de extrema direita, foi apenas o terceiro mais votado na eleição de março deste ano, mas em junho conseguiu formar uma coalizão de governo com o partido antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S) para governar a Itália.
O líder da Liga, Matteo Salvini, ocupa muito espaço no cenário político, com sucessivos ataques à União Europeia e aos imigrantes, às vezes parece ser o chefe de governo. Já chegou ao absurdo de se referir aos refugiados como "carne humana", já proibiu navios de resgate de atracar em portos italianos e pressionou a União Europeia na questão migratória. Seu discurso inflamado e a política xenófoba agradam os seus eleitores, tanto que chegou ao topo das pesquisas, com 30% de apoio, quase dobrando os 17% conquistados na eleição.
Suíça
O Partido Popular Suíço (SVP) – um partido populista de direita – é o que tem maior número de assentos no Parlamento, desde as eleições de 2015. Garantiu duas vagas no chamado Conselho Federal – o grupo de sete políticos apontados pelo Parlamento que exerce a chefia de governo e de Estado por consenso.
Como outros partidos europeus, o SVP também tem discurso anti-imigração. Lançou, em 2013, o projeto de lei que visa banir o uso do véu islâmico na Suíça e foi o principal promotor da legislação de 2009 que proibiu a construção de minaretes (torre de mesquita, local do qual são feitas as cinco chamadas diárias à oração). A condenação do minarete é uma medida condenada internacionalmente.
Dinamarca
Os sentimentos de extrema direita costumam ser considerados parte de uma subcultura na Dinamarca. Mas a retórica direitista torna-se cada vez mais aceitável na política do país, principalmente com a ascensão do populista de direita Partido Popular Dinamarquês (DF). Tornou-se a segunda maior força do Parlamento dinamarquês nas eleições de 2015 e passou a fazer parte do governo, em aliança com os liberal-conservadores, que ficaram em minoria. A coalizão de centro-direita tem endurecido as regras para migração e refugiados.
Em 2016, a Dinamarca adotou uma lei que exige dos recém-chegados que entreguem objetos de valor para ajudar a pagar por sua estadia. Com apoio do DF, o país proibiu o uso em lugares públicos de peças de roupa que cobrem o rosto integralmente, entre elas as vestimentas islâmicas burca e niqab – medida tachada de discriminatória.
Filipinas
Rodrigo Duterte foi eleito presidente das Filipinas com a promessa de acabar com o tráfico de drogas no país – e tem se esforçado para cumpri-la, mesmo que por meio de execuções extrajudiciais. Desde que assumiu o poder, em junho de 2016, ele tem travado uma batalha sangrenta que já deixou milhares de mortos em operações antidrogas em todo o país.
Os policiais são acusados de executarem tanto traficantes como usuários de drogas, e o Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu investigações para apurar se foram cometidos crimes contra a humanidade no país. A popularidade de Duterte segue em alta. O político é um conhecido de longa data dos filipinos. Foi prefeito da cidade de Davao por mais de duas décadas e, embora tenha deixado uma imagem de gestor eficiente no município, teve um governo marcado pelo populismo e por execuções extrajudiciais. Ali, foi acusado de liderar "esquadrões da morte" responsáveis por cerca de mil assassinatos.
Turquia
O presidente Recep Tayyip Erdogan adota cada vez mais uma linha populista de direita, principalmente depois que conseguiu trocar o sistema de governo da Turquia de parlamentarista para presidencialista e elevar os poderes presidenciais.
Em seu discurso público, Erdogan promete o retorno a um suposto passado glorioso, dá ênfase a sentimentos nacionalistas e marginaliza minorias étnicas, como os curdos, e aposta na polarização social e no confronto. Persegue a imprensa e a oposição, com detenções de oposicionistas e jornalistas e demissões de funcionários públicos. A Justiça turca não é considerada independente por analistas estrangeiros, que também veem ameaçadas a democracia e o Estado de Direito no país.
Noruega
O Partido do Progresso (FrP), anti-imigração e populista de direita, integra o governo minoritário ao lado dos conservadores e liberais. FrP procura tornar mais difícil a vida para os refugiados trazer seus familiares para o país. O principal alvo das críticas do partido são imigrantes muçulmanos. O responsável pelo massacre de Oslo em 2011, o extremista de direita Anders Behrens Breivik, chegou a ser membro do partido, de 1999 a 2006.
Estados Unidos
Mesmo tendo sido eleito pelo Partido Republicano, Donald Trump segue uma linha claramente populista e se alinha ao setor mais conservador e nacionalista do partido, encontrando adversários na ala liberal e progressista, representada pelos ex-presidentes Bush e pelo recém-falecido senador John McCain.
Trump ataca impiedosamente a imprensa, principalmente o jornal The New York Times e a emissora CNN, a quem acusa de divulgar fake news; adota um discurso nacionalista, sintetizado no slogan de campanha America first; e reforça a polarização da sociedade com fortes ataques a seus oponentes, por exemplo pedindo a prisão da concorrente Hillary Clinton durante a campanha eleitoral.

ESQUERDA, VOLVER!

Calma. Não precisamos entrar em pânico. Esse fluxo direitista começa a dar sinais de refluxo. Aqui no Brasil, teremos um bom exemplo. Na Argentina, a direita já se considera derrotada. Maduro mostra capacidade de resistir. Trump não tomará conta do pedaço.

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