A pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas divulgada nesta terça feira mostra que 70% dos brasileiros consideram que as declarações de Bolsonaro mais atrapalham do que ajudam o governo. Apenas 23,8% dizem que suas declarações colaboram com a administração. E 6,7% não souberam ou não quiseram responder.
Esses números refletem no mínimo que Bolsonaro não sabe o que faz nem sabe se comunicar. Pior: 58,4% dos entrevistados dizem que Bolsonaro faz suas declarações de propósito e 35,3% acham que não.
Os 70% que criticam o seu governo revelam, de fato, que Bolsonaro não consegue se comunicar com uma parte do eleitorado que não o elegeu. Pior: não conseguem ver em seu discurso propostas para retomar o consumo e a expansão do PIB.
Cada dia que passa, a situação fica pior – para ele e para os brasileiros. Os serviços públicos, por exemplo, estão em situação cada vez mais caótica, muito em função do congelamento de investimentos públicos para os 20 anos previstos na PEC do Teto dos Gastos, aprovada no governo Temer e apoiada por Bolsonaro.
Sobre os quase 60% que avaliam as declarações de Bolsonaro como sendo propositais, vale considerar que ele segue os conselhos marqueteiros de Olavo de Carvalho (astrólogo brasileiro que mora em Virgínia) e de Steve Bannon (chefe de estratégia e assessor presidencial de Trump). É o caso de dizer: “azar o dele, quem mandou bancar o esperto!?!”
Levantamento feito pelo Datafolha em agosto apontou que 1/3 da população brasileira associa Bolsonaro a frases agressivas. Ou seja, as declarações grotescas, que atentam contra princípios democráticos, estariam mantendo o antipetismo. Mas esse divisionismo tem se mostrado cada vez mais perturbador para Bolsonaro, que vê sua reprovação (38%) superar a sua aprovação (29%). Até mesmo entre os mais ricos (renda mensal acima de 10 salários mínimos), a aprovação caiu de 52% em julho para 37% agora.
Com a confissão de Temer, no programa Roda Viva, de que o impeachment de Dilma na verdade foi um golpe, a rejeição a Bolsonaro deve aumentar. A reação já começou no meio político e deve se ampliar. Políticos começaram esta terça-feira (17) repercutindo a confissão do ex-presidente Michel Temer de que um golpe parlamentar destituiu Dilma Rousseff, em agosto de 2016. Bolsonaro entrou nessa roda viva e afunda cada vez mais...
