A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, quer que tanto o Sérgio Moro quanto Deltan Dallagnol respondam diante de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) por crimes que teriam cometido durante a LavaJato de Curitiba. Diz ela: "Moro e Deltan cometeram infrações que mudaram a história do país. Manipularam a opinião pública para derrubar uma presidenta eleita e impedir que o candidato favorito do povo concorresse e vencesse as eleições. Suas condutas são parciais e criminosas e serão apuradas”. Gleisi Hoffmann (PT do Paraná) chegou a comemorar a coleta de assinaturas para a CPI da Vaza Jato, que irá investigar as irregularidades cometidas durante a Operação Lava Jato.
O jornalista Robson Bonin, da revista Veja, disse que “bateu o desespero na base de apoio a Sérgio Moro no Congresso Nacional", após a vitória da oposição que conseguiu, nesta sexta-feira (13!), as assinaturas para instalar uma CPI para investigar as revelações trazidas pelo The Intercept, que mostram armações entre Moro e os procuradores de Curitiba com o objetivo de condenar e prender Lula.
Sem apoio da base do governo Bolsonaro, que anda fritando o ex-juiz nos bastidores, Moro conta com alguns aliados. O deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da bancada da bala, é um que tenta esvaziar o movimento pela instalação da CPI e diz que pelos menos seis parlamentares foram "convencidos" a retirar suas assinaturas, entre as quais Tabata Amaral (PDT-SP) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).
Segundo o capitão-deputado, o objetivo é retirar o apoio de deputados para “respirar tranquilo”, reforçando que Moro morre de medo em ser investigado. E ele ainda reclamou de Bolsonaro. “O governo é que deveria estar fazendo esse corpo a corpo. Inacreditável isso. Não é possível que o governo não estava sabendo dessa CPI nos bastidores, e não se mobilizou antes. Não vi um movimento do governo. Tem gente que assinou isso aí e nem sabia”, admitiu o parlamentar, demonstrando apenas que Moro está isolado por parte de Bolsonaro.
A reportagem da Veja revela que Alexandre Frota (PSDB-SP) poderia tirar seu nome da lista. O deputado Lucas Vergílio (Solidariedade-GO) também teria pedido a retirada de sua assinatura do requerimento. Mas, de acordo com o regimento da Casa, não é possível retirar apoio depois que o pedido é apresentado. Augusto lançou a tese de que se o signatário solicitar a retirada em até 24 horas após o protocolo, tem que ser aceito. Que se dê, portanto, 24 horas ao deputado, para ele voltar atrás na bobagem que disse.