12/09/2019 às 15h33min - Atualizada em 12/09/2019 às 15h33min

“GUERRILHA DIGITAL” DOS BOLSOMINIONS ATACA NOS EUA

JORNALISTA CRITICOU CHANCELER ERNESTO ARAÚJO


Ishaan Tharoor é colunista do jornal The Whashington Post, um dos mais importantes do mundo, e está acostumado às reações contrárias às suas publicações já que há mais de dois anos “enfrenta” o presidente americano Donald Trump e a turma dele. Mesmo assim, o jornalista ficou impressionado com os ataques digitais que vem sofrendo depois que criticou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Nessa quarta-feira, 11 de setembro, durante um discurso na Heritage Foundation, conhecida pelo seu conservadorismo, o chanceler brasileiro criticou a imprensa pelo “climatismo” e defendeu que há um “alarmismo climático”. Mas quem ficou alarmado com as declarações do ministro foi Ishaan Tharror. 
No Twitter, o colunista disse que Araújo “acredita que a mudança climática é uma conspiração marxista", o que ele considerou uma "lengalenga sem fim de vitimização de alguém que está no poder". E mais: "Araújo diz que Bolsonaro está criando 'um amálgama liberal-conservador' com base em 'nação, família, laços tradicionais' e oposta ao 'globalismo'". E Tharoor concluiu: "Isso é incrivelmente ideológico para um chanceler no exterior."
O colunista do Washington Post ainda ressaltou a incoerência do ministro. "Agora ele está falando algo sobre o socialismo do século 21 ser (Antonio) Gramsci conhecer os cartéis de drogas. E agora está citando (Herbert) Marcuse e todos os membros da Escola de Frankfurt", afirmou Tharoor. "Isso é incrível. Não sabemos se ele alguma vez leu sobre teorias críticas neomarxistas além do que está escrito na Wikipédia", disparou.
As críticas também foram feitas através de comparações. "Além de se irritar com os esquerdistas universitários, a direita americana jamais se importaria com essas pessoas ou envolveria suas ideias (ainda que absurdamente) em um discurso de política externa. Araújo mostrou uma distinção entre o leninismo e o stalinismo, como se alguém na Heritage se importasse". 
Ishaan Tharoor terminou a postagem com uma lembrança que deve ter irritado ainda mais a turma que acredita que “a terra é redonda”. Ele citou uma entrevista que fez com o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, em abril deste ano, e ressaltando que o general "parecia muito irritado com Araújo".
Foi o estopim para que os robôs e internautas fascistas disparassem contra Tharoor. "As menções a mim estão cheias da palavra 'vergonha'(...), o que parece predominante no Twitter brasileiro na era de Bolsonaro, enquanto 'resistir' estava no Twitter americano no primeiro ano (de governo de Donald) Trump", afirmou.
Como acontece por aqui, é claro que chamaram o jornalista americano de “esquerdista” e elogiaram a luta contra os “comunistas”. "Ernesto Araújo é um homem corajoso que expõe a sujeira do comunismo". Os ataques sobraram também para o jornal The Washington Post que foi chamado de “uma máquina de fakenews”. A “guerrilha digital” “atestou” a veracidade do discurso do chanceler brasileiro e saiu atirando: “Tudo que o ministro Ernesto Araújo disse é verdade, e é por isso que você está tentando ridicularizá-lo, assim como o jornal para o qual você trabalha faz frequentemente com o presidente Donald Trump."

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