09/09/2019 às 14h49min - Atualizada em 09/09/2019 às 14h49min

BOLSONARO NÃO TEM POSTURA DE PRESIDENTE

VÍDEO MOSTRA CRÍTICAS DE LÍDERES MUNDIAIS



Domingo de sol, calor, praias cheias e muita gente na orla da Zona Sul do Rio. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também estava lá caminhando. O que o ministro não esperava é que, justamente no Leblon, bairro de classe média alta, que o presidente Jair Bolsonaro teve uma forte votação, aparecessem cobranças contra a maneira deselegante que ele falou sobre Brigitte Macron, mulher do presidente da França, Emmanuel Macron. 
Na semana passada, durante um encontro com empresários, em Fortaleza, Paulo Guedes repetiu as grosserias de Bolsonaro e disse que Brigitte “é feia mesmo”. Como na plateia também tinha muitos mal-educados que riram dos comentários machistas, o ministro continuou com as grosserias. Logo depois, o homem que quer entregar o patrimônio do Brasil para os estrangeiros, tentou se desculpar, mas pelo jeito não foi suficiente. Quando ele passou por um grupo de cariocas, foi obrigado a ouvir: “Que feio, hein, ministro? 
Segundo a coluna do jornalista Ancelmo Goes, no Globo, Guedes teria respondido querendo colocar a culpa na população brasileira. “Feio mesmo. Na verdade, coisa de brasileiro”. Ele esqueceu que o repúdio da população às grosserias machistas levou à hastag #DesculpeBrigitte aos trendings mundiais do Twitter e mereceu um “Muito Obrigado” de Brigitte Macron? Se esqueceu, outro grupo de cariocas fez o ministro lembrar minutos depois. Aí, Paulo Guedes, teve um chilique e disparou. “Na terceira abordagem como essa, eu largo tudo e vou embora. Aí vocês vão ver o que é bom, como é que fica”.
Se ficaram nervosos com as críticas de banhistas cariocas, imagina quando viram o vídeo do presidente Emmanuel Macron criticando Jair Bolsonaro e  recebendo o apoio do presidente do Chile, Sebastian Piñera, depois dos ataques machistas feitos pela internet a Brigitte Macron.  O encontro foi durante a reunião do G7, em agosto, no Japão. O vídeo foi ao ar, pela rede CNews, nesse final semana. O presidente chileno, um dos poucos aliados de Bolsonaro, disse: “Foi incrível”. Macron respondeu: "Claro, eu tinha de reagir. Você entende?" "Sim, eu concordo", disse Piñera. Também indignados, outros chefes de estado acompanhavam. "Eu queria ser pacífico. Queria ser correto, construtivo com o cara (Bolsonaro) e respeitar sua soberania. Tudo bem. Mas eu não poderia aceitar isso", justificou. "Não!", exclamou a chanceler alemã Angela Merkel e condenou com a cabeça Bolsonaro. O presidente do Conselho da Europa, Donald Tusk, também ouviu Macron falar sobre outras grosserias do presidente brasileiro. 
“Você sabe que, quando meu ministro de Relações Exteriores foi lá?", perguntou a Piñera. "Ele  o deveria receber e cancelou no último minuto para ir cortar o cabelo? E filmou a si mesmo. Desculpa. Mas isso não é a atitude de um presidente", enfatizou Macron.
A cada grosseria de Bolsonaro e sua “turma”, mais o mundo reage contra eles. Diplomacia não é uma palavra que  está no vocabulário deles. E fica a pergunta: o que vai acontecer com a imagem do Brasil no dia 24 de setembro, quando Jair Bolsonaro deve fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York? Vamos aguardar...
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