Agosto é um mês que tem marcado a história política brasileira há 65 anos. E pelo que aconteceu nessa segunda-feira, o Brasil também não vai esquecer desse agosto de 2019. Ainda nem tinha amanhecido por aqui e lá na charmosa cidade francesa de Biarritz o presidente anfitrião do encontro do G7, Emmanuel Macron, reagiu às grosserias machistas contra a sua mulher Brigitte disparadas pelo presidente Jair Bolsonaro. “O que posso dizer? É triste, mas é triste sobretudo para ele e os brasileiros. Penso que as mulheres brasileiras têm, sem dúvida, vergonha do seu presidente. Penso que os brasileiros, um grande povo, têm um pouco de vergonha de ver esse comportamento. Eles esperam, quando se é presidente, que se comporte bem em relação aos outros. Tenho muito respeito e admiração para o povo brasileiro e espero, muito rapidamente, que eles tenham um presidente que se comporte à altura”, concluiu Macron. A reação de Bolsonaro ao anúncio do G7 da liberação de R$91 milhões em auxílio emergencial para combater as queimadas na Amazônia só reafirmou a opinião de Macron sobre ele. “Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém - a não ser uma pessoa pobre, né? - sem retorno?" E pelo jeito, o povo brasileiro também não está satisfeito com Jair Bolsonaro e os 8 meses do seu governo. Pesquisa realizada pelo Instituto MDA, contratada pela Confederação Nacional dos Trasportes (CNT) mostra que o índice de desaprovação de Bolsonaro pulou de 28,2% para 53,7% entre fevereiro e agosto.
As novas revelações do site The Intercept agitaram ainda mais o dia. Diálogos, com áudios e tudo, revelaram que o corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, abafou a confissão do procurador Diogo Castor de Mattos que pagou as peças do outdoor que elogiava a operação Lava Jato, instalado em 2017, logo na saída do Aeroporto Afonso Pena, no Paraná. A Vaza Jato mostrou que o coordenador da operação, Deltan Dallagnol, sabia da confissão, mas fez lobby junto ao corregedor que acabou arquivando o desvio de conduta de Castro Mattos.
Mas como a segunda era a última de agosto, ainda surgiram as denúncias e provas de que o MPF avisou ao governo que um grupo de fazendeiros estava combinando o “Dia do Fogo” na Amazônia. O governo não fez nada e no dia 10 de agosto, a floresta ardeu em fogo, aumentando as queimadas que se transformaram na grande preocupação mundial.
Ainda teve mais... A PF do ministro Sergio Moro partiu pra cima do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do pai dele, o ex-prefeito do Rio e atual vereador, Cesar Maia. Segundo informações do repórter Fausto Macedo, do Estadão, um relatório da PF teria concluído que filho e pai estão envolvidos em “crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa 2” nas planilhas de propina da Odebrecht. Um detalhe: essa investigação é de 2017. E ainda faltam 5 dias para agosto terminar. Como será essa terça-feira? É esperar pra ver …
