14/08/2019 às 17h43min - Atualizada em 14/08/2019 às 17h43min

​MARÉ MUDA DE RUMO

JUIZ RESTABELECE AÇÃO CIVIL PÚBLICA

 
Justiça acaba de restabelecer ação civil pública sobre operações policiais no Complexo da Maré. Antiga ação popular que fixava um protocolo para as operações policiais na região, aberta a pedido de moradores em 2016, tinha sido suspensa em junho. A informação é da Defensoria Pública do Rio, representante dos moradores do Complexo da Maré no caso.
A ação determinava presença obrigatória de ambulâncias durante as operações policiais, necessidade de filmagem das ações, instalação de câmeras nos capacetes policiais e instalação de GPS nas viaturas. Em junho, pediu a suspensão da ação e a juíza Regina Lucia Chuquer de Almeida Costa Catro, da 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital, atendeu o pedido.
"Um dia eu tava na escola, no pátio fazendo Educação Física. Aí de repente o helicóptero passou dando tiro para baixo aí todo mundo correu para o canto da arquibancada. Aí quando passou o tiro a gente correu para dentro da escola até a minha mãe me buscar, aí eu fui para casa com ela. Quando deu mais tiro eu tava em casa", diz uma das cartas que as crianças escreveram a respeito.
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro recorreu na segunda-feira ao Tribunal de Justiça contra a decisão que extinguiu a Ação Civil Pública.
Apenas no primeiro semestre de 2019, foram realizadas 21 ações policiais na Maré, Zona Norte do Rio. O número é maior do que o total de operações policiais em todo o ano de 2018: foram 16 no ano passado. O número de operações motivou a publicação de um estudo, também na segunda-feira, pela ONG Redes da Maré sobre a violência decorrente de ações policiais e de grupos civis armados e seus impactos na vida dos moradores no conjunto de favelas nos primeiros seis meses deste ano.

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