O povo argentino dobrou à esquerda e mandou um forte recado ao governo neoliberal do presidente Maurício Macri, nas primárias eleitorais, nesse domingo. A chapa Frente de Todos, da dupla Alberto Fernandez e da ex-presidenta Cristina Kichner, surpreendeu até as lideranças progressistas mais otimistas e impôs uma grande derrota à chapa Juntos por El Cambio, formada por Macri e o senador Miguel Ángel Pichetto, como vice. Alberto-Cristina conquistaram 49,2% dos votos contra 33,1% para Macri-Pichetto.
Para os analistas, foi uma vitória consolidada, o que aumenta a confiança para a disputa do primeiro turno no dia 27 de outubro. Se esse resultado se repetir, Alberto Fernandez e Cristina se elegem no primeiro turno. Na festa da vitória, na noite desse domingo, em Buenos Aires, a ex-presidenta deixou o protagonismo para Alberto Fernandez, mas todos sabem que a decisão de Cristina de trocar de posição na chapa foi fundamental para combater os eleitores resistentes ao kichernerismo, mas que também sofrem com a grave crise econômica provocada pela política neoliberal e entreguista de Macri.
Ao agradecer o povo argentino, que teve forte comparecimento às urnas, Alberto fez um discurso de união e contra a polarização. Sugeriu para Macri ânimo e gás ("ponerse nas pilas") e olhar bem os resultados do Paso (primárias). Alberto Fernandez também pediu para o presidente neoliberal "colocar ordem na desordem econômica que criou, antes de terminar o mandato para levar tranquilidade aos "mercados". Mas o mercado financeiro, um dos grandes alvos da Frente de Todos e seus eleitores, já mostrou as "garras" logo na abertura da Bolsa de Nova York, nessa segunda-feira. As ações das 19 empresas despencaram em Wall Street e chegaram até a ser suspensas quando a queda chegou a 61%. Alberto Fernandez assegurou aos investidores que, num eventual governo,"vai honrar os compromissos da dívida argentina, mas não com o sacrifício dos trabalhadores e dos aposentados", ressaltou o candidato. Outro descontente com a possível derrota de Macri, em outubro, é o presidente Jair Bolsanaro. Ele chegou a ir a Buenos Aires, com comitiva e tudo, para ser 'cabo eleitoral" de Macri. Nos meios políticos e redes sociais, o "apoio" de Bolsonaro foi muito bem lembrado na hora da derrota. Em mais um ataque, Bolsonaro disse que "não quer irmãos argentinos fugindo para o Brasil, se os resultados se confirmarem em outubro". Vai ser difícil é hermano querer vir para cá logo quando a Argentina começa a recuperar sua história e seu caminho de crescimento.
Mas os hermanos Afonso e Cristina receberam do Brasil o que mais interessava à chapa Frente de Todos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou, nessa segunda-feira, 12, uma mensagem de parabéns pelo resultado nas primárias. "Parabéns aos companheiros @alferdez e @CFKArgentina pelo expressivo resultado nas primárias argentinas. É preciso dar esperança ao povo, trazer dias melhores e cuidar de quem mais precisa. Um forte abraço do amigo Lula. "Em julho, Alberto Fernandez visitou o ex-presidente Lula, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde é preso plítico desde abril de 2018. No encontro emocionado, o professor de Direito afirmou que "O Brasil não merece ter uma mancha como a prisão de Lula. O povo não merece". Antes de sair, o candidato Alberto Fernandez prometeu estar sempre ao lado do ex-presidente e reforçar a campanha pela liberdade dele para se defender. Lula disse para Alberto Fernandez que ' a primeira tarefa é ganhar na Argentina. Com a vitória, poderíamos ter a esperança da volta da democracia na América do Sul".
Hermanos, agora, é rua, rua, rua até 27 de outubro e olho vivo com as faknews da extrema direita!!!!! Reajam na hora às mentiras que vêm de longe!
