09/08/2019 às 08h21min - Atualizada em 09/08/2019 às 08h21min

LULA, A NEGAÇÃO DA JUSTIÇA

LULA, LE DÉNI DE JUSTICE



Sim, eu acreditava na independência da justiça brasileira e estava errado. O "juizinho" Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, tinha uma agenda política para condenar e encarcerar o ex-presidente Lula.
A situação do ex-presidente brasileiro, com reviravoltas improváveis e suspense inútil, está mais perto da telenovela clássica brasileira do que da crônica judicial! Ainda anteontem, um juiz decidiu mudá-lo de prisão...
Até agora, Lula cumpria sua pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias em uma cela temporária especialmente projetada para ele em Curitiba. Algo provisório que, portanto, foi longe demais, segundo esse juiz que decidiu transferi-lo para o presídio federal de Tremembé, em São Paulo.

Não é uma questão de colocar o ex-presidente a pão e água em uma daquelas prisões federais brasileiras onde estão gangues e tumultos sangrentos, como até recentemente. Tremembé 2 é uma prisão para colarinho branco e políticos condenados por corrupção.
Só que se trata de Lula: imediatamente seus advogados recorreram à Suprema Corte que suspendeu a decisão. Lula não será transferido ainda. O tribunal ainda tem que decidir sobre dois pedidos de libertação antecipada. Portanto, volta, sem ter saído, a Curitiba.

Teimosia judicial...

Para mim, é uma oportunidade de fazer uma espécie de mea culpa: acreditava na independência da justiça brasileira, estava entre aqueles que ficaram favoravelmente impressionados com as manifestações de rua contra a classe política. Enormes manifestações que acompanharam uma das mais notáveis sagas judiciais da história do Brasil: o famoso escândalo "Lava Jato", um escândalo de corrupção que atingiu toda a classe política ao mais alto nível. Nessa ocasião percebeu-se que o Partido dos Trabalhadores de Lula, partido de esquerda tão importante na história política do Brasil, tinha se afundado como qualquer outro partido tradicional brasileiro nos vinhos do porto.
Este julgamento tinha tido um herói impecável, o juiz Sergio Moro, que sozinho conseguiu condenar 159 políticos e empresários e, claro, Luiz Inácio da Silva, Lula, o ex-trabalhador e duas vezes presidente da Brasil, por suborno e lavagem de dinheiro.

Sergio Moro, ministro de Jair Bolsonaro ...
É verdade que para passar de juiz anticorrupção, a priori respeitado por sua independência, a ministro da Justiça de um presidente de extrema direita, ele tem o suficiente para que tenhamos que fazer perguntas. Em qualquer caso, fiquei convencido de que é preciso julgamento justo de Lula.
Mas afinal de contas, um juiz tem o direito de ter opiniões políticas, mesmo que eu não as compartilhe, é ou não é?. Não, o que definitivamente me convenceu de que havia um desejo de remover politicamente Lula, são peças publicadas pela última vez em junho.

Surgiram transcrições de conversas entre, por um lado, o juiz Moro e, por outro lado, os promotores - portanto, o Ministério Público. Secretamente, eles trocaram informações, silenciosamente dirigiram a acusação, organizaram coletivas de imprensa para aumentar a pressão sobre Lula.
Por que ser tão implacável? Para impedir que Lula concorresse à presidência em 2018, que ele provavelmente teria vencido. Porque Lula, apesar do julgamento, apesar da prisão, apesar da corrupção real de seu partido, o PT, continua sendo imensamente popular.

É simples: quando perguntado aos brasileiros quem foi o melhor presidente do país, 57% respondem Lula. Muito à frente de todos os outros. Portanto, é claro que eles devem fazer tudo para prejudicá-lo, inclusive ao custo de uma clara negação de justiça.


Jornalista Anthony Bellanger 
Tradução D&D
NR. Não fica claro se o autor voltou atrás também com relação às insinuações de má conduta do PT. O D&D não concorda com as insinuações.
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