04/08/2019 às 08h13min - Atualizada em 04/08/2019 às 08h13min

MUY "AMIGO" JAIR

ALERTA "ILUMINADO" PARAGUAIO AO GOVERNO BOLSONARO


Ainda humilha a alma o golpe que o Mercosul deu ao Paraguai em junho de 2012, quando impediu a entrada ao paraguaio Ignacio Mendoza Unzaín (que depois foi Presidente do Parlamento do Mercosul). Eles literalmente o deixaram na calçada.
O Paraguai foi punido na época com a "cláusula democrática do Mercosul" por ter processado Fernando Lugo politicamente. A cláusula acima determina a exclusão de um país onde se considera que há um colapso da ordem democrática, portanto, com o incentivo acima de tudo da Argentina (Cristina Fernández de Kirchner), do Brasil (Dilma Rousseff), da Venezuela (Hugo Chávez e Nicolás Maduro) e Equador (Rafael Correa), o Paraguai acabou sendo punido. E excluído.
A reunião em que iriam processar o Paraguai, em junho de 2012, ocorreu em Mendoza, onde os primeiros governantes chegaram na noite anterior a 29 de junho. Fora da sede, a humilhação do representante paraguaio foi registrada em fotos. Dentro da sede, os governantes que chegaram primeiro foram “entretidos com o jantar na vinícola Escorihuela (do grupo Catena - Argentina), e foram capazes de aliviar as tensões com um vinho do Presidente Blend e uma cabra grelhada” (Clarín, 29 de junho de 2012).

Na manhã da última quinta-feira fomos novamente atravessados pela chamada cláusula democrática do Mercosul. Com uma declaração dura, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil nos lembrou - como quem não quer nada - uma “cláusula” dolorosamente inesquecível para os paraguaios. Ou seja, por defendermos a entrega da soberania energética ao Brasil, o próprio Brasil nos "refrescou" a memória com a expulsão prevista na cláusula.

Não precisavam, como um império moderno, lembrar ao Paraguai que tem um vizinho poderoso. Os governantes antes de Bolsonaro já nos lembraram várias vezes, em vários momentos, de fazer parte de alianças que causaram todo tipo de despojos na população, na economia, na renda energética e nas decisões unilaterais. Sabemos disso por experiências de guerras distantes e recentes tratados injustos.
Se, historicamente, nós sofremos por nossos governantes e negociadores, diplomatas entreguistas e mediadores fracos, essa crise deve servir ao atual governante brasileiro para entender que esse pequeno país começa a ter grandes cidadãos.
Que a lição seja útil e que se aprenda que não estamos mais dispostos a renunciar, trair ou lucrar. Estamos atentos à renegociação de Itaipu em 2023, há direitos energéticos paraguaios com relação à maior hidrelétrica do mundo que estão há muito tempo esquecidos.
Que a lição também seja útil para os entreguistas deste lado do rio, sejam eles políticos, autoridades, comerciantes, industriais ou pescadores de um rio desordenado: há um cidadão cansado de tal dedicação.
Lembrem-se:
ESTE PAÍS NÃO SE VENDE.
ESTE PAÍS SE DEFENDE!


Mabel Rehnfeldt, ABC COLOR
 

N.R. Apoiamos os direitos do Paraguai. Não apoiamos a direita paraguaia
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