Alô, ministro Barroso – percebeu que estamos no planeta Terra? Então, por que resolveu vagar pela estratosfera? Por que está tentando anular a importância das revelações sobre as ações, digamos, “subterrâneas” realizadas pelo grupo (ou será gang?) de Curitiba? Por acaso soube que o procurador Deltan Dallagnol tentou promover investigações clandestinas contra dois ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes? Ah, soube! Aprova o que ele fez? Não aprova, claro. Sabe como ele fez isso? Se sabe, é porque o TheInterceptBrasil informou. Como eles obtiveram essas informações? Não sabemos com certeza. Temos ideias daqui e dali, mas não temos certeza. Mas, pelas gravações, “Dallagnol disse que o hoje senador pelo PSL Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, ‘certamente’ seria implicado no esquema”. Como será que esse procurador encontrou esse ‘certamente’ contra o filho do presidente da República? E se tinha esse “certamente” no bolso, por que ficou calado?
Notou, ministro, a quantidade de flashes que dispararam com o VazaJato? Qual foi o jato de luz que fez o ministro do Supremo acreditar mais na Lava Jato do que na Vaza Jato?
Foi na palestra chamada cidadania, em São José dos Campos (SP), que o ministro teria dito também que é preciso estar atento à agenda brasileira, que, segundo ele, foi “sequestrada por criminosos”. Sobre o vazamento de “supostas” mensagens atribuídas a autoridades, entre elas o ministro da Justiça Sérgio Moro, Barroso criticou o que considera a “impressionante quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”. Para ele, “há mais fofocas do que casos relevantes, apesar do esforço de se maximizar os fatos”
O ministro Barroso diz que “apesar de todo estardalhaço que está sendo feito, nada encobre o fato de que a Petrobras foi devastada pela corrupção. Não importa o que saia nas gravações”. O que tem a ver risco com chuvisco, ministro? Ou melhor, tem tudo a ver. São os jatos de informações lançados que dão chance à Petrobras de ter o dinheiro de volta. Ou que permitem ao Supremo descobrir as ilegalidades que os procuradores aprontavam contra ele.
Pode repetir o que disse, ministro? Não deu pra gravar direito...