02/08/2019 às 15h45min - Atualizada em 02/08/2019 às 15h45min

A TERRA É DOS ÍNDIOS!!!

Prefeito primo de ministra da Agricultura tenta expulsar índios de sua terra.


Um estudo antropológico realizado pelo antropólogo Gilberto Azanha e já protocolado na FUNAI, comprova que a Aldeia Água Branca, no Mato Grosso do Sul (MS) é território originário do Povo indígena Kinikiwa. A reivindicação do território já é antiga e há procedimentos em tramitação no Ministério Público Federal. Portanto, cerca de 500 lideranças do povo Kinikiwa retomaram retomado parte de seu território tradicional (que tinha se tornado “fazenda Água Branca), na região do município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul.
A Polícia Militar de Mato Grosso Sul, de surpresa e sem ordem judicial, com apoio de um helicóptero e de dois ônibus lotados de PMs, invadiu a área com violência para a retirada dos indígenas. A tentativa de despejar os cerca de 500 indígenas do povo Kinikinau foi na tarde de ontem (2).

Não tinham ordem judicial. Chegaram por trás da sede, enquanto os anciões descansavam e as crianças brincavam. Chegaram atirando gás lacrimogêneo e uma liderança Kinikiwa foi atingida na cabeça. Não houve nenhuma tentativa de diálogo por parte da PM. Segundo relato dos indígenas presentes, “chegaram pra tentar machucar e humilhar o povo.”

A ação policial teria sido comandada pelo prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro (PSDB), fazendeiro da região e primo da atual ministra da agricultura Tereza Cristina (DEM). Em áudio atribuído ao prefeito e que circula por whatsapp, em grupos de apoio à causa indígena, o homem afirma que a ordem de retirada dos indígenas da fazenda veio de Brasília e que a orientação é de que os policiais os retirem “por bem ou por mal”. “Já me pediram aqui dois ônibus pra levar 90 policiais militares, e já tem uns 40 lá, então vão tirar ou por bem ou à força”.

A bancada do PSOL protocolou um pedido de informação ao Ministério da Justiça pedindo explicações sobre o ocorrido. No texto, o deputado Ivan Valente, líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados, questiona se o Ministério tinha conhecimento da ação. “Considerando que a competência constitucional para qualquer provimento judicial é da Polícia Federal, gostaríamos de saber se tal presença militar é de conhecimento ou autorizada por este Ministério”, questiona o documento.

Lideranças Kinikiwa seguem resistindo ao redor do território na Fazenda Água Branca e convocaram também por meio de áudio as demais lideranças e guerreiros indígenas para auxiliar os parentes na região e prestar solidariedade ao povo Kinikiwa.

Está na hora de soar os tambores!!!


APIB
 
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