A UNEGRO é uma entidade do movimento social que combate o discurso criminoso no Brasil. Ela anunciou que entrou com representação no Ministério Público por crime de racismo. E mostra os motivos.
O Google mantém em sua loja de download de aplicativos um jogo chamado "Simulador de Escravidão" – sentiu a ‘sutileza’? Nesse ‘joguinho inocente’, o usuário simula ser um proprietário de escravos para "extrair lucros e evitar rebeliões e fugas". O “jogo” também consiste em comprar, vender, açoitar pessoas negras escravizadas. O produto on line em questão, que teria sido desenvolvido pela empresa "Magnus Games" (será o ‘capataz’?), exibe a imagem de homens negros trabalhando ao redor de um senhor branco em sua imagem de divulgação.
O mais interessante é que produtores afirmam que o aplicativo foi criado para "fins de entretenimento" e que "condenam a escravidão no mundo real" (pausa para gargalhadas). Acontece que, já na descrição do jogo, sugere-se que o usuário será capaz de "gerenciar seus escravos, mudar suas condições de vida e treiná-los", além de "proteger seus escravos para evitar que escapem e se levantem" e "fazer negócios, atribuir escravos a diferentes empresas para trabalhar e gerar renda", entre outros elementos.
O mais preocupante é que, nos comentários, que deram uma média de nota 4,0 (de 5,0) para o aplicativo, alguns usuários deixaram mensagens de ódio e satisfação com o teor do jogo. Por exemplo, o usuário Mateus Schizophrenic teria escrito: "Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!", e ainda deu nota máxima.
Claro que todos os comentários foram feitos através de perfis com nomes e imagens falsas. Nenhum usuário que fez apologia ao racismo expôs sua identidade real.
A UNEGRO, entidade do movimento social que combate o racismo no Brasil, anunciou que entrou com representação no Ministério Público por crime de racismo.
Nas redes sociais, a reação foi imediata e internautas cobram uma ação contra a naturalização do racismo presente em plataformas. “Precisamos urgente acabar com essa ‘normalização’ do racismo”, destacou uma internauta.
É bom lembrar que não há como normalizar algo tão anormal assim...