15/03/2023 às 09h15min - Atualizada em 15/03/2023 às 09h15min

​IGREJAS EVANGÉLICAS ATUARAM NA TENTATIVA DE GOLPE.

QUEM DIZ SÃO OS EVANGÉLICOS PRESOS EM 8/JAN.


 
Os evangélicos bolsonaristas que viajaram para participar, em Brasília, do ato antidemocrático do dia 8 de janeiro relataram à Polícia Federal que igrejas de diversos estados do país bancaram ônibus e organizaram caravanas para o evento. O UOL obteve e analisou, durante a última semana, cerca de 1.000 depoimentos sigilosos prestados à Polícia Federal por extremistas presos no acampamento antidemocrático no quartel-general do Exército, logo após o 8 de janeiro.
 
Existe uma documentação inédita, que está sendo analisada pela PF para o aprofundamento das investigações sobre os financiadores e organizadores dos atos.
*  Como havia uma grande quantidade de pessoas a serem ouvidas, os termos de depoimento são curtos e pouco se aprofundam sobre os temas, mas são usados como ponto de partida para as apurações.
* O relator das investigações, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, foi quem determinou as prisões dos participantes do acampamento no quartel-general do Exército, logo após os atos do 8 de janeiro. Os depoimentos também estão em seu gabinete.
 
A informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco pessoas, que foram presas pela PF no acampamento montado no quartel-general do Exército. A coluna do UOL teve acesso a depoimentos prestados à PF pelos alvos presos. Outros relataram também a participação de empresários no financiamento e até mesmo o recebimento de doações para que viajassem a Brasília para participar do ato antidemocrático. Ou seja, queriam dar o golpe contra Lula (e todo o país) de qualquer maneira.
 
Os depoentes não quiseram (ou não sabiam) fornecer detalhes sobre esses financiadores.
A moradora de Sinop (MT) Sirlei Siqueira afirmou à PF que viajou em uma "excursão da Igreja Presbiteriana Renovada", mas não deu detalhes sobre o financiador. Jamil Vanderlino, também morador de Sinop, afirmou ter viajado em um "ônibus financiado por igreja evangélica".
Questionado sobre os detalhes, ele se recusou a responder às perguntas da Polícia Federal. "Fará uso de seu direito de permanecer calado", registra o documento. Procurada, a Igreja Presbiteriana Renovada de Sinop disse que os pastores não participaram do ato do dia 8 de janeiro e afirmou desconhecer quem teria organizado a excursão.
 
Em um dos depoimentos, um aposentado de Uberlândia (MG) relatou ter recebido a oferta de um pastor quando participava de manifestação em um batalhão do Exército naquela cidade, mas afirmou não se lembrar de quem era o financiador nem deu detalhes sobre a denominação religiosa à qual pertenceria.
"Informa que teria conversado com um pastor, que não se recorda o nome, que teria conhecido próximo ao Quartel em Uberlândia, e ele informou que o interrogado poderia ir no ônibus de graça para Brasília", disse Edinilson Felizardo da Silva (não é piada...), em trecho do depoimento. Questionado, ele respondeu que o pastor não lhe ofereceu nenhuma outra vantagem financeira para a viagem, além da passagem.
 
Outro preso pela PF, morador de Maceió, Ademir Almeida da Silva, disse que tinha remuneração mensal de R$ 400 e citou o nome de um pastor da Igreja Batista, Adiel Brandão de Almeida, como um dos financiadores de sua viagem. Procurado, o pastor disse que viajou com Ademir para Brasília e que "cooperou" durante a viagem porque ele estava com pouco dinheiro, mas que não houve relação da igreja com essas despesas....-
"Ao longo da viagem, a gente foi cooperando com ele. Ele pagou algumas coisas, ele estava com pouco dinheiro, alguns lanches nós rateamos, outros lanches não. Além disso, nós não tivemos participação em nada disso aí", afirmou. "Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não", disse Almeida.
 
Uma moradora de Xinguara (PA) disse que é frequentadora da Assembleia de Deus e que integrantes da denominação religiosa participaram da caravana para Brasília, mas não deu detalhes sobre o responsável pelo financiamento.
 
A PF abriu inquérito, logo após o 8 de janeiro, para identificar os financiadores das caravanas com destino a Brasília. Apesar de não apresentarem detalhes nos depoimentos, os ‘alvos’ tiveram seus celulares apreendidos, o que vai permitir aprofundar as informações citadas por eles. A investigação também analisa quebras de sigilo bancário e relatórios de movimentação financeira dos contratantes dos ônibus, para saber se há financiadores ocultos que não aparecem formalmente nos documentos (o que é óbvio...).
 
O ato resultou na depredação das sedes dos Três Poderes e na prisão de mais de 1.800 pessoas, que participaram do quebra-quebra ou que estavam acampadas no quartel-general do Exército, em Brasília. Após os depoimentos e audiências de custódia, cerca de 1.400 permaneceram presos. Nas últimas semanas, o ministro Alexandre de Moraes proferiu decisões autorizando a soltura de aproximadamente 1.000 presos. Cerca de 400 permanecem detidos até o momento.
 
Ademir Almeida da Silva, residente em Maceió e um dos alvos presos pela PF, afirmou ter uma renda mensal de R$ 400 e mencionou o nome do pastor Adiel Brandão de Almeida, da Igreja Batista, como um dos financiadores de sua viagem a Brasília. O pastor confirmou ter viajado com Ademir, mas disse que apenas "cooperou" durante a viagem porque Ademir estava com pouco dinheiro, e negou qualquer relação da igreja com essas despesas.
"Ao longo da viagem, a gente foi cooperando com ele. Ele pagou algumas coisas, ele estava com pouco dinheiro, alguns lanches nós rateamos, outros lanches não. Além disso, nós não tivemos participação em nada disso aí", afirmou à coluna. "Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não", disse Almeida.
 
 
Meu Deus! Isso não é mais organização religiosa – é organização criminosa!
 
Lei também no Brasil247 e no UOL.
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