Celso Amorim, ex-chanceler e conselheiro especial de relações exteriores de Lula (PT), afirmou que o governo brasileiro reagiu “com tranquilidade” às pressões feitas pelos Estados Unidos e Israel contra a atracação de navios de guerra iranianos na costa brasileira. “É uma decisão soberana nossa, do Brasil”, disse Amorim ao Estadão. A autorização de atracação dos navios iranianos foi dada pela Marinha e é válida até sábado (4).
Amorim vai além e diz que a decisão do governo brasileiro “é consistente com o direito marítimo internacional e com a boa prática diplomática”. Obviamente, Amorim teve que falar com firmeza diante da pressão exercida pelos Estados Unidos e por Israel sobre o caso.
Um porta-voz do Departamento de Estado americano disse ao Estado de S. Paulo que a decisão brasileira foi "errada" e também passa uma mensagem "errada" para o mundo. "Nós não discutiremos conversas diplomáticas, exceto para dizer que deixamos claro para países relevantes que esses navios não devem atracar em nenhum lugar”. Quer dizer que, por ser ‘relevante’, o Brasil tem que fazer o que eles mandam?
O ministérios das Relações Exteriores de Israel qualificou a atracação dos navios de guerra iranianos como “perigosa” e “lamentável” e afirmou que “nunca é tarde demais para ordenar que os navios deixem o porto”.
É o caso de dizer aos Estados Unidos e a Israel que nunca é tarde para deixar de fazer pressões descabidas sobre países soberanos.
