17/02/2023 às 18h28min - Atualizada em 17/02/2023 às 18h28min

ISENÇÃO DE VISTO PARA AMERICANOS PODE ACABAR.

FALTA RECIPROCIDADE DOS ESTADOS UNIDOS.


O grupo de trabalho de política externa do governo Lula analisa a eficácia das medidas tomadas pela gestão anterior – e no quesito visto, o governo está considerando revogar a possibilidade de americanos entrarem no país sem visto, revertendo uma determinação de 2019 assinada pelo então presidente Bolsonaro.
 
Segundo Jamil Chade, no UOL, o governo solicitou ao Itamaraty uma avaliação interna sobre o impacto que a medida teve para o fluxo de turistas no Brasil, e as primeiras análises mostraram que a decisão "teve um efeito mínimo na entrada de americanos" – e mais: a concessão "não mudou de forma significativa a realidade do turismo no Brasil".
 
Outro ponto que também pesa é que, na diplomacia, o valor da reciprocidade é indispensável, e os Estados Unidos não liberaram entrada de brasileiros no país, ou seja, a abertura aconteceu de um lado só.
 
Além do país norte-americano, o governo também estaria analisando revogar vistos para japoneses, australianos e canadenses, relata a mídia. Na avaliação do grupo, "a norma vigente vai de encontro ao princípio da reciprocidade", como mencionado acima. Ou seja: os brasileiros continuam precisando de vistos para entrar nesses países, apesar da oferta feita por Bolsonaro.
"Além disso, não há dados que indiquem qualquer tipo de ganho com o atual regime de isenção. Ao contrário, o decreto implica perda significativa de recursos de renda consular", destacou o documento do grupo de transição.
 
Ao mesmo tempo, há também uma preocupação com pedidos de vistos provenientes do Haiti e do Afeganistão. O grupo diz que "o Brasil é o único país que continua a emitir vistos humanitários em grande escala para afegãos".
 
"A situação de haitianos e afegãos é crítica. No caso do Haiti, a sustentabilidade da política de vistos, nos primeiros meses de governo, dependerá da situação de segurança para funcionamento da embaixada e do volume de demandas relacionadas a pedidos de reunião familiar, que têm prioridade legal. No caso do Afeganistão, será necessária atenção à capacidade de processamento de pedidos e de acolhida local", destacou o texto citado pela mídia.
 
O grupo ainda pontua que "em razão da escassez de opções de acolhida em terceiros países, a demanda pelo visto brasileiro tem sido bem superior ao que se havia estimado. Apenas na embaixada em Teerã, há sete mil agendamentos pendentes". ATENÇÃO: sete mil agendamentos pendentes!!!
As informações fazem parte do raio X que foi produzido pela transição. Apesar de ter concluído sua função ainda em dezembro, o grupo de trabalho não havia divulgado publicamente os resultados de sua análise.
 
Leia também no Brasil247.
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