A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, de suspender os inquéritos que foram abertos a partir dos dados compartilhados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e outros órgãos de controle agita o Brasil nessa terça-feira. Nas redes sociais é o assunto do momento. Os nomes Toffoli e Queiroz alcançaram o topo das citações no Twiiter com uma rapidez impressionante. Como a decisão atende um pedido da defesa do senador PSL-RJ, Flavio Bolsonaro, as análises de juristas, políticos e internautas fazem uma ligação direta com a investigação do MP do Rio de Janeiro sobre as contas do senador e do ex-assessor dele na Assembleia Legislativa do RJ, Fabrício Saraiva. Movimentações financeiras suspeitas nas contas de Queiroz chamaram a atenção do Coaf. O alerta foi dado em 2018, quando Flavio não tinha tomado posse no Senado. Com a suspensão dos inquéritos, o filho mais velho do presidente Bolsonaro, conhecido como 01, é um dos maiores beneficiados. A defesa do senador Flavio Bolsonaro alega que o MPRJ conduz a investigação irregularmente porque o repasse dos dados do Coaf não foi feito através da Justiça. Entre as movimentações suspeitas, estão 48 depósitos de R$ 2.000,00, feitos entre junho e julho de 2017. E o Queiroz, onde entra nessa história? Saques e depósitos suspeitos, realizados em 2016, também foram registrados nas contas do PM reformado e amigo e assistente da família Bolsonaro de longa data. Logo que as denúncias e suspeitas apareceram, no final do ano passado, Queiroz foi chamado para dar explicações ao MPRJ, mas não apareceu, alegando motivo de grave doença (mas o problema de saúde não impediu que ele desse entrevista para uma emissora de televisão aliada à família Bolsonaro). Depois, só reapareceu fazendo "uma dancinha" no hospital ao lado da mulher e da filha. Queiroz pediu aos promotores para prestar depoimento por escrito onde teria assumido a culpa de algumas operações. De lá pra cá, ninguém sabe, ninguém viu. O Brasil inteiro e até a imprensa internacional perguntam:"Cadê O Queiroz?", mas aparecer que é bom, nada. Outras possíveis irregularidades nas contas do gabinete do Alerj e pessoais do senador Flavio Bolsanaro correm o risco de não serem mais investigadas, por enquanto... Ao determinar a suspensão de todas investigações em todo o país, o presidente do STF, Dias Toffoli, classificou como "temerária" a atuação do MP nos casos que envolvem o Coaf, a Receita Federal e o Banco Central, sem autorização da Justiça e outros órgão de controle. É bom lembrar que nessa segunda-feira, Dias Toffoli, deu um prazo de 5 dias para os ministros da Justiça, Sergio Moro, da Economia, Paulo Guedes, e do Coaf, informem sobre suposta investigação contra o sócio fundador do site The Intercept, jornalista Glenn Grennwald. Dias Toffoli também pediu informações à AGU e à PGR. Enquanto as respostas não chegam, as ameaças contra o jornalista não param - eo Brasil continua perguntando: " Cadê O Queiroz?"