27/01/2023 às 08h57min - Atualizada em 27/01/2023 às 08h57min

VOLTA, BOLSO.

O PAÍS ESPERA DE PORTAS ABERTAS.

 
Lá se vai um mês de Bolsonaro longe de nós. E agora pede ao ex-lutador José Aldo, dono da casa na região de Orlando onde está hospedado, para estender o aluguel por cerca de um mês, até depois do Carnaval, segundo um amigo do atleta.
 
A casa, de oito quartos em um condomínio fechado nas imediações dos parques da Disney, está disponível para aluguel em uma plataforma online por valores a partir de US$ 519 a diária (cerca de R$ 2.600, sem contar impostos e taxas que podem fazer o valor quase dobrar), mas teria sido cedida pelo ex-lutador, que apoiou Bolsonaro na eleição de 2022.
 
A reportagem da Folha na última semana diz que, temendo o cerco legal pela Justiça no Brasil, Bolsonaro estuda opções para ficar mais tempo nos EUA e pode se financiar no país dando palestras para empresários. (Provavelmente, esses empresários têm muito a aprender com ele...)
 
O pessoal da Folha se hospedou no condomínio, na cidade de Kissimmee, por três dias no começo desta semana e acompanhou a movimentação na porta da casa do ex-presidente. Ele afirmou desde o primeiro dia que não responderia às perguntas da reportagem.
Existe uma cancela para evitar que carros acessem o local, mas a entrada para pedestres é livre, o que contribuiu para o movimento constante de apoiadores na porta.
Como não há muros entre as casas, a privacidade é pouca e é possível até tocar a campainha do ex-presidente nos raros momentos em que não há um segurança na porta, como a reportagem fez na segunda-feira (23).
 
A família instalou uma tela para cobrir a área dos fundos, onde há uma piscina, e as cortinas da casa passam o dia fechadas. Mas à noite é possível ver algumas luzes acesas e, tanto na segunda quanto na terça-feira, uma televisão na sala exibia uma partida de futebol.
 
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, rompendo a tradição de ficar para passar a faixa para seu sucessor, Lula da Silva (PT). Desde então, ele quase não mudou a rotina na cidade.
No início, a novidade de sua presença e o feriado de fim de ano levaram centenas de brasileiros à porta da casa. Bolsonaro saía quase de hora em hora para cumprimentar os apoiadores, que viajavam de diferentes partes do país para vê-lo.
Como ainda estava no cargo, tinha sua segurança reforçada por agentes do serviço secreto americano, além de viaturas da segurança interna do condomínio para organizar a multidão.

Agora, o movimento diminuiu, mas ainda assim Bolsonaro tem saído cerca de duas vezes por dia, no começo da manhã e no fim da tarde, para cumprimentar, tirar fotos e dar autógrafos aos grupos que ainda se formam em frente a casa, em torno de dez pessoas, cada grupo.
 
Os perfis variam. Um casal de aposentados mineiros que vive no litoral da Flórida disse que esperou a multidão diminuir e dirigiu cerca de três horas nesta semana para tentar uma foto com o ídolo (!!!).
Outra família, gaúcha, passava férias nos EUA e voltava de Atlanta para pegar um voo para o Brasil em Miami, mas decidiu desviar o caminho para tentar se encontrar com Bolsonaro.
 
Além das breves conversas com os apoiadores, Bolsonaro quase não aparece, com exceções de eventuais idas a mercados ou lanchonetes.
Funcionários do condomínio relataram que não o viram no restaurante ou academia do local, que ficam a menos de cinco minutos da casa — onde há também um parque aquático.
Mas seus apoiadores têm convocado em redes sociais para um evento com Bolsonaro na próxima terça (31). Dizem que se trata de um "reencontro com a comunidade brasileira em homenagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro", e os ingressos são vendidos por valores entre US$ 10 (entrada comum) e US$ 50 (entrada VIP). Fica a pergunta: qual a diferença?
 
Michelle Bolsonaro já retornou ao Brasil na quinta-feira (26). Em Orlando, ela se encontrou com amigas e foi a um culto evangélico no domingo (22), além de ter visitado um parque da Disney com as filhas.
O filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, também está nos Estados Unidos, mas não foi visto no condomínio no período em que esteve lá.
 
A casa na Flórida tem cômodos temáticos, como um quarto dos minions (criados), e José Aldo costuma emprestá-la para celebridades, relatou em entrevista ao podcast Flow no começo do mês.
Segundo ele, a decisão de cedê-la a Bolsonaro foi uma estratégia de negócios para alugá-la mais. "A rua está lotada sempre. Estou recebendo muitas mensagem para alugar a casa", disse.
"Todo mundo vai querer ver, esquerda ou direita. Eu quero botar uma placa lá, ‘aqui ficou o presidente tal do Brasil’", afirmou, comparando com se hospedar no mesmo quarto em que Elvis Presley ficava em Las Vegas. "Todo mundo vai querer ficar na casa porque foi o presidente."
 
Será a atração “Bolso Preslei”...
 
Leia também no Brasil247 e na Folha.

 
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