21/10/2022 às 12h48min - Atualizada em 21/10/2022 às 12h48min

GUEDES E BOLSONARO LANÇAM O PLANO MÍNIMO

SALÁRIO MÍNIMO E APOSENTADORIAS SEM CORREÇÃO PELA INFLAÇÃO

 
 
A campanha de Bolsonaro está em irritação máxima. Vê 'sabotagem' em vazamento do
plano econômico de Paulo Guedes, planejado para ser anunciado somente após o segundo turno da eleição presidencial. A revelação da forma ‘carinhosa’ como Guedes prevê o salário mínimo e as aposentadorias sem correção pela inflação foi chocante, produziu um curto-circuito no comitê da reeleição.
 
 Revelado pela Folha, a proposta, em condições normais, seria apenas impopular. Mas no meio de uma campanha eleitoral em que o adversário Lula promete reajustar o salário mínimo acima da inflação, o vazamento do plano tóxico foi visto como um "suicídio político". Foi classificado por um dos caciques da campanha como "sabotagem".
 
O deputado André Janones, chefe do departamento de manipulações eletrônicas da campanha de Lula, sabiamente e oportunamente, correu para o Ministério da Economia. De celular na mão, realizou uma transmissão ao vivo. Posicionou-se sob o letreiro do ministério e declarou: "O ministro Paulo Guedes acaba de anunciar a redução nos valores do salário mínimo, aposentadorias, pensões, a partir de 2023...". Sentiu o drama bolsonárico?
 
Guedes não estava no prédio. Tinha viajado para o Rio de Janeiro. Alheio à ausência, Janones encomendou aos seus seguidores o compartilhamento do vídeo. A conversão do Ministério da Economia em fornecedor de munição para a campanha adversária transtornou a cúpula do comitê da reeleição. A irritação foi compartilhada com Bolsonaro.
 
Pressionado, Paulo Guedes apressou-se em classificar de "fake news" a hipótese de eliminação do repasse da corrosão inflacionária para o salário mínimo e as aposentadorias. "Não se muda a regra do jogo durante o jogo. O jogo está correndo", disse o ministro. Como assim? Quer dizer que estava preparando o tiro de canhão para municiar Bolsonaro em caso de vitória? Seria esse um golpe de misericórdia no povo brasileiro?
 
Não há na campanha nem no governo quem duvide da existência do plano. O próprio Paulo Guedes confirmou, à sua maneira, o que tentava negar. Defendeu um velho sonho. Está contido no documento do ministério. Batizado de "regra dos 3D", visa desindexar, desvincular e desobrigar o Orçamento federal, que está 96% acorrentado a gastos obrigatórios. A pretensão vem de 2019. Ficou no gogó.
 
"Esses estudos sempre foram feitos", declarou Guedes. "Aí, vai chegar a época da eleição: 'Ah, eles querem cortar o salário'. Isso é manipulação política. Se isso for para ser feito, não é escondido. Tem de ser publicamente debatido, aberto. Evidentemente, não faremos isso, chegar e mudar a regra para prejudicar o trabalhador".
 
Segundo o jornalista Josias de Souza, do UOL, “o vazamento do plano tóxico foi visto como um suicídio político", além de ter sido “classificado por um dos caciques da campanha como ‘sabotagem’”.
 
Talvez Guedes queira dizer que tudo só foi feito por falta do que fazer...
 
Leia também no UOL e no Brasil247.

 
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