Pintou o clima para Bolsonaro. O clima de derrota. Não por seu desempenho no debate com Lula, domingo, dia 16, na BandNews, que até foi razoável. Mas ele tinha a obrigação de destruir o adversário, fazer picadinho de Lula, para sentir o sabor da vitória, para ter alguma esperança, alguma luz que pudesse guiá-lo rumo a um massacre eleitoral. Ele de certa forma foi bastante favorecido pelo modelo do debate, cheio de vaivéns, e talvez até pela decisão de Lula em não usar o affaire Bolívia, com as “crianças de programa”. Fez bem Lula. Se usasse, poderia sentir o efeito bumerangue. Trata-se de uma história muito deprimente, inimaginável, principalmente destacando-se a forma como foi descrita por Bolsonaro.
Bolsonaro é um desastrado político, incompreensivelmente com uma fatia respeitável do eleitorado que ainda o apóia. Talvez não seja tão incompreensível, se considerarmos que ele, como presidente da República, tem grande capacidade de manipulação, de autopromoção, de ter mais condições de escolher o campo de batalha e as armas de combate. Possivelmente conta com um imenso cofre de amigos contribuidores. Muita gente tem interesse em que se mantenha no poder, principalmente se ampliar os caminhos dos bons negócios. Mas esses caminhos estão se estreitando cada vez mais. O matagal da verdade toma conta desses maus caminhos de forma irreversível. Os espinhos se multiplicam em velocidade assustadora. Bolsonaro vai ter que entregar o seu programa...
HG
Nota: a coluna 'Segunda de Primeira' sairá sempre às segundas - apesar de hoje ser terça...
