Bolsonaro brandiu as Forças Armadas como seu 'fiscal das eleições' para fortalecer o papo golpista de descrédito das urnas eletrônicas. Mas o Ministério da Defesa não se manifesta, desde o dia 2 de outubro, sobre a fiscalização que promoveu no sistema eletrônico de votação no primeiro turno das eleições, como informa a Folha de S. Paulo.
Técnicos das Forças Armadas realizaram verificações sobre o teste de integridade das urnas eletrônicas após o fechamento delas. Também checaram a totalização dos votos, comparando os registros de aproximadamente 400 boletins de urna com os dados que foram computados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a contagem.
Estranhamente, mesmo sem ter noticiado nenhum erro ou escândalo em relação às urnas e comprovado o desempenho acima do esperado por Bolsonaro no primeiro turno, os militares estão calados sobre a fiscalização. Nenhum dos pedidos enviados pela Folha de respostas sobre a conclusão das análises dos militares foi respondido. É bom lembrar que, diversas vezes, membros das Forças Armadas questionaram a segurança das urnas eletrônicas - e agora estão caladinhos, quietos, nem piscam para não chamar a atenção.
No meio desse silêncio estrondoso, foi enviada na sexta-feira (7) ao ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), uma requisição dos relatórios de auditoria das Forças Armadas. De acordo com integrantes do TCU ouvidos pela Folha, "a atuação dos militares na fiscalização do pleito é passível de acompanhamento e de possíveis sanções por parte do tribunal de contas" pelo fato de ter envolvido o uso de recursos públicos.
Os militares ficaram incomodados com o TCU, mas ironizaram que fazem uma "fiscalização da fiscalização", tendo chegado a comunicar o desconforto a ministros do TCU.
Mas os militares não imaginam o desconforto que estão causando ao povo brasileiro...
