25/09/2022 às 08h54min - Atualizada em 25/09/2022 às 08h54min

BANG-BANG À BOLSONARO

EMPRESA DISPARA MENSAGENS GOLPISTAS



A Algar Soluções em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), empresa apontada como a responsável pelo disparo em massa de mensagens golpistas a partir de canais oficiais de comunicação do governo do Paraná, acumula pelo menos 15 contratos com o governo Federal. O Comando do Exército aparece como o órgão que mais empregou os serviços da companhia mineira. (Será que o Exército está tentando substituir seus velhos fuzis?)
 
Busca feita no Portal da Transparência usando como filtro assinaturas no intervalo entre janeiro de 2015 e setembro de 2022 mostra que todos os contratos entre a empresa e o Governo Federal foram firmados na gestão Bolsonaro. O primeiro foi em 31 de maio de 2019, para serviços no Comando Militar do Sul, unidade do Exército no Rio Grande do Sul. No sistema da Receita Federal o CNPJ da companhia está ativo desde julho de 1986.
 
Em 15 de dezembro do ano passado, a companhia foi “celebrada” pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, por ter sido a 1ª a implantar a tecnologia 5G no país. A comemoração aparece em um vídeo gravado por Faria ao lado do presidente.
Durante a tarde deste sábado (24), a Celepar, empresa de economia mista responsável pelos serviços de tecnologia da informação do governo do Paraná, jogou sobre o colo da Algar toda a responsabilidade pelo envio das mensagens em tom de ameaça disparada por SMS para número de celulares de paranaenses.
 
Pelas redes sociais, usuários de outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Norte, informaram que também receberam o texto.
A mensagem que chegou aos telefones entre a noite desta sexta e a madrugada deste sábado diz: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!! [sic]”.
 
A Algar fechou contrato com a Celepar para a prestação de serviços de envio de SMS em nome de órgãos do governo em maio do ano passado. O orçamento de R$ 3,9 milhões foi reajustado para R$ 4,14 milhões em maio deste ano.
 
Vítimas de crime
Em nota, a Celepar disse que tanto ela quanto o governo do Paraná foram vítimas da ação de disparo das mensagens, enviadas sem qualquer autorização da estatal.
“O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação”, afirmou a companhia.
O texto diz ainda que a Algar já foi notificada para prestar os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais. Assim como o governo do Paraná mais cedo, a Celepar colocou que “repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude”. E finaliza: “a Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime”.
Nem o governo do Paraná nem a Celepar citaram supostos envolvimentos de hackers – o que poderia representar um dano tremendo ao banco de dados de informações pessoais sob responsabilidade do Estado.
 
O Brasil aguarda esclarecimentos sobre a autoria desses disparos à esmo...
 
Leia também em Algar e Brasil247 (aqui e aqui).
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