O mundo certamente nunca viu coisa igual: a família presidencial brasileira comprou 50 imóveis no valor de milhões de dólares – e pagou em cash!!!
Leia a reportagem do jornal inglês The Guardian (tradução do Google)
As obscuras finanças familiares de Jair Bolsonaro estão sob escrutínio renovado depois de alegações de que o presidente brasileiro e parentes próximos usaram dinheiro para pagar mais de 50 propriedades no valor de milhões de dólares. As alegações – resultado de uma investigação de sete meses do UOL – sugerem que, entre 1990 e 2022, membros do clã Bolsonaro usaram repetidamente grandes somas de dinheiro para pagar apartamentos, casas e terrenos em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo. “Jair Bolsonaro e seus parentes mais próximos compraram 107 imóveis nos últimos 30 anos e pelo menos 51 desses imóveis foram comprados à vista”, afirmou o UOL, citando centenas de escrituras notariais e imobiliárias, além de entrevistas com vendedores.
Uma propriedade – uma “mansão” na zona rural de São Paulo – teria sido adquirida por 2,67 milhões de reais (US$ 525.000) pelo cunhado de Bolsonaro, que supostamente usa o apelido de “Jagunço”. “O presidente precisa explicar a origem desse dinheiro. De onde veio esse dinheiro?” disse Juliana Dal Piva, uma das repórteres por trás da denúncia.
Bolsonaro, que chegou ao poder em 2018 prometendo combater a corrupção, reagiu com irritação às reportagens, que atribuiu a "um veículo de comunicação sem a menor credibilidade". "Qual é o problema de pagar um imóvel em dinheiro?" Bolsonaro teria perguntado, descartando a possibilidade de uma investigação. “Investigue, meu Deus”, disse ele a repórteres.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, escreveu: “Você não precisa ser um gênio financeiro para entender que o uso de grandes somas de dinheiro para comprar um imóvel é um meio de lavagem de recursos de origem ilegal”. Dal Piva disse que um caso envolvendo o filho senador de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, envolveu o pagamento em dinheiro de R$ 638.000 por dois apartamentos no bairro carioca de Copacabana.
O ex-presidente Lula, que está concorrendo a nova eleição presidencial, diz que Bolsonaro está "possuído pelo diabo". “Isso é mais de US$ 100.000 – é um valor extraordinário… e existem várias transações desse tipo envolvendo 100.000, 200.000 ou 500.000 reais. Eles nunca explicaram a origem desse dinheiro e porque decidiram usar dinheiro em vez de fazer uma transferência eletrônica ou pagar com cheque”, disse Dal Piva, autor de um livro sobre as transações financeiras do presidente com o título de “Jair's Business: The Forbidden History do Clã Bolsonaro”. O livro será publicado em setembro por uma das principais editoras do Brasil e promete levantar a tampa de um suposto esquema de corrupção de longa data envolvendo Bolsonaro e seus filhos políticos. A família Bolsonaro é há anos perseguida por alegações de envolvimento em uma ‘jogada’ ilegal conhecida como “rachadinha”, envolvendo o desvio de salários de funcionários. Eles rejeitaram essas alegações.
As revelações desta semana vêm com Bolsonaro enfrentando uma luta árdua para garantir um segundo mandato de quatro anos em 2 de outubro. O ex-capitão do Exército de extrema direita está perdendo nas pesquisas atrás de seu rival de esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro debate presidencial, no domingo, Bolsonaro acusou Lula de liderar “o governo mais corrupto da história brasileira”.
Mas na terça-feira foi Bolsonaro que enfrentou perguntas desconfortáveis. Dal Piva disse não estar surpresa que o presidente tenha se recusado a explicar o uso de tanto dinheiro. “Ele tem medo dessa história”, disse ela. “É por isso que ele não responde.”
Leia também em The Guardian (Tom Phillips no Rio de Janeiro)