24/08/2022 às 07h48min - Atualizada em 24/08/2022 às 07h48min

ARAS FICOU IRRITADO COM A AÇÃO CONTRA EMPRESÁRIOS.

FOI INFORMADO EM CIMA DO LAÇO...



Augusto Aras, o nosso procurador-geral da República, demonstrou, digamos, irritação com a operação, contra empresários bolsonaristas, deflagrada nessa terça-feira, 23, pela Polícia Federal e autorizada por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
 
Parece que o procurador-geral avalia que o gesto de Moraes, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pode implodir os esforços de atores do Executivo e do Judiciário em busca de um acordo de harmonia que faça Jair Bolsonaro, PL, cessar declarações golpistas e contra as cortes. Será que Bolsonaro sabe disso?
 
Aliados de Bolsonaro trabalham para construir um acordo com Moraes no qual o ministro faria uma concessão e atenderia a um dos pedidos das Forças Armadas relacionadas às urnas eletrônicas e, em contrapartida, o presidente pararia de questionar o processo eleitoral. Ou seja, não entenderam nada...
 
Aras teria indicado que ficou indignado com o fato de a PGR (Procuradoria Geral da República) só ter sido intimada para acompanhar as ações contra os apoiadores de Bolsonaro na véspera da operação, com pouca margem para opinar a respeito das diligências que haviam sido autorizadas por Moraes. Aras deve ter passado a noite sem dormir...
Pela manhã, o procurador-geral já havia dito a pessoas próximas que não tinha sido notificado da decisão ou ouvido sobre as ações que seriam tomadas.
À tarde, em nota, Aras afirmou que não houve intimação pessoal da ordem assinada por Moraes e que somente nesta terça tomou conhecimento do teor.
 
Houve outro comunicado, "apenas entrega — em procedimento não usual — de cópia da decisão de Moraes, na tarde dessa segunda-feira, 22, em sala situada nas dependências do STF, onde funciona unidade de apoio aos subprocuradores-gerais da República e ao PGR".
O gabinete de Moraes, posteriormente, afirmou em nota que a PGR foi intimada pessoalmente da decisão às 14h41 na segunda e que pouco depois, às 15h35, o documento foi enviado para o gabinete da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, tendo sido recebido às 16h40.
"Importante ressaltar que esse procedimento de intimação é rotineiro, a pedido da própria PGR, conforme demonstram inúmeros inquéritos e petições que tramitam nesse gabinete", afirmou o gabinete do magistrado.
 
Não foi a primeira vez em que o chefe do Ministério Público Federal demonstrou nos bastidores indignação com atos do ministro do Supremo.
 
No ano passado, por exemplo, Moraes autorizou uma ação policial contra o então titular do Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sem ouvir a PGR.
Em outro momento, houve o inquérito dos atos antidemocráticos. A Procuradoria opinou pelo arquivamento da apuração quanto aos aliados de Bolsonaro com foro no Supremo.
Moraes arquivou o inquérito, mas, ao mesmo tempo, determinou a abertura de um novo (milícias digitais) para prosseguir as investigações.
 
A PF cumpriu na manhã desta terça mandados de busca contra oito empresários que em um grupo de mensagens defenderam um golpe de Estado caso Lula, PT, vença nas eleições presidenciais. As conversas foram reveladas pelo site Metrópoles.
 
Só faltou tentarem ressuscitar o golpe de 64...
 
Leia também na Folha e no Brasil247.
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