O procurador Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), pediu que o órgão de controle suspenda a produção de qualquer relatório de atividade financeira do jornalista Glenn Greenwald que esteja em andamento por parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Furtado também teria solicitado a realização imediata de uma inspeção no COAF para verificar se o órgão está ou não investigando o jornalista, que é editor do site The Intercept Brasil e revelou as mensagens trocadas entre o ministro Sérgio Moro, da Justiça, com procuradores da Operação Lava Jato (quando ele ainda era juiz).
Para o procurador, a resposta do presidente substituto do Coaf, Jorge Luiz Caetano, para o TCU sobre o assunto foi inconclusiva, já que Caetano não esclareceu, se fez um Relatório de Investigação Financeira (RIF) sobre Greenwald nem se recebeu qualquer "elemento de informação" da Polícia federal que justificasse uma investigação contra o jornalista.
A questão é simples. Moro e seus procuradores agiram ou não agiram de má-fé contra Glenn Greenwald e The Intercept Brasil? Moro e seus procuradores, apanhados com a boca na botija, tentaram ou não tentaram se vingar de Glenn Greenwald e The Intercept Brasil? Moro e seus procuradores são pessoas confiáveis para lidar com a Justiça?
A reação de Moro e procuradores demonstra simplesmente desespero. Provavelmente achavam que, de Telegram em punho, poderiam sair incólumes de suas artimanhas. Se deram mal. O Telegram, que poderia ser arma de defesa, acabou virando instrumento de acusação. Estão experimentando o desespero de sentar no banco dos réus e poderão ser condenados pelas prováveis injustiças que andaram provocando. Já está mais do que na hora de investigar esse grupelho.