Lula assinou a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito". A Carta também já foi apoiada por Ciro Gomes, PDT, Simone Tebet, MDB, Luiz Felipe D'Ávila, Fernando Henrique Cardoso, PSDB, e Dilma Rousseff, PT.
Lula teria inicialmente resistido a assinar o manifesto por receio de dar um caráter político-eleitoral ao movimento e de ele ser acusado de tentar instrumentalizar a iniciativa. Mas os aliados de Lula estimularam a sua adesão ao movimento, porque estava afastado o risco de o gesto ser interpretado como eleitoreiro.
Diante da ampla lista de assinantes, aliados de Lula avaliaram que seria importante ratificar o documento para marcar posição e fazer um contraponto a Bolsonaro, que tem feito diversas manifestações golpistas e colocado em xeque as urnas eletrônicas. Bolsonaro tem ainda mostrado incômodo com o documento pró-democracia, que define como "cartinha".
A carta já tem a adesão de cerca de 800 mil pessoas, entre elas banqueiros e empresários como Pedro Moreira Salles, Candido Bracher e Roberto Setubal, do Itaú, Fabio Barbosa, Guilherme Leal e Pedro Passos, da Natura, Walter Schalka, da Suzano, Eduardo Vassimon, da Votorantim, Blairo Maggi, do Grupo Amaggi, e o pecuarista Pedro Camargo Neto.
A carta também teve o apoio de artistas e personalidades como Chico Buarque de Hollanda, Luciano Huck e Casagrande, além de juristas, economistas e acadêmicos. O texto foi organizado por ex-alunos da Faculdade de Direito Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo), e contou com o apoio de movimentos como o grupo Prerrogativas, que reúne juristas e advogados.
"Lula é o único político brasileiro que de fato não precisaria assinar qualquer carta ou manifesto em defesa da democracia. Seu compromisso com o Estado de Direito é inegável", diz o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas e próximo de Lula. "Nunca, em momento algum, desrespeitou as instituições, nem o nosso sistema eleitoral, que é, inclusive, paradigma para todos os países do mundo. Foi com esse sistema que ele, perdeu e ganhou eleições, sempre dentro das regras do jogo", segue. "Seu apoio, entretanto, é extremamente importante. E é um passo a mais na direção da expressiva adesão de 1 milhão de brasileiros e brasileiras. A adesão de Lula e de sua esposa Janja tem, ainda, forte caráter simbólico, pois se deu há exatos 45 anos da leitura da carta de 1977, lida na mesma Faculdade de Direto em favor da democracia".
