12/06/2022 às 12h24min - Atualizada em 12/06/2022 às 12h24min

​BOLSONARO PEDIU AJUDA A BIDEN CONTRA LULA

MAS FOI ENGANADO...


 
Já está bem claro que Biden inclinou-se para Lula. Ele sabe que não pode errar e percebeu que Bolsonaro não tem cacife suficiente para enfrentar a parada. De fato, Biden não morre de amores por nenhum dos dois. Mas não pode torcer o nariz para o principal país do lado de baixo do equador, o maior da América do Sul.
Some-se a isso que certamente Biden jamais perdoará a “opção Trump” feita por Bolsonaro. Está dando o troco agora.
 
Durante a reunião dessa quinta-feira, 9, Biden destacou a importância de preservar a integridade do processo eleitoral democrático no Brasil e, quando Bolsonaro pediu ajuda, Biden mudou de assunto. Os comentários de Bolsonaro a Biden sobre Lula, ecoaram suas advertências públicas sobre o ex-presidente de dois mandatos, segundo as pessoas, que pediram anonimato para discutir uma conversa privada (bulshit).
 
Foi feito pedido de comentário à assessoria de imprensa da presidência do Brasil, mas ela não respondeu imediatamente e a assessoria de imprensa da Casa Branca se recusou a comentar imediatamente.
 
A reunião de quase uma hora, a primeira desde a eleição de Biden em 2020, ocorreu principalmente em particular durante a Cúpula das Américas em Los Angeles. Bolsonaro disse a repórteres depois que ele e Biden “falaram superficialmente” sobre a eleição. Em comentários públicos no início de sua reunião, Biden disse que o Brasil tem uma democracia vibrante e inclusiva e instituições eleitorais fortes.
Pesquisas mostram Bolsonaro atrás de Lula antes da eleição do Brasil em outubro. Lula ganharia 47% dos votos no primeiro turno, enquanto Bolsonaro ficaria com 29%, segundo pesquisa do instituto Quaest dessa quarta-feira, 8.
 
Os EUA têm uma política permanente de não escolher um lado nas eleições de outras nações, dizendo que o voto deve refletir os desejos do povo do país.
Mas muitas vezes os presidentes dos EUA se desviaram dessa ‘regra’, como quando Barack Obama expressou sua oposição ao Brexit antes da votação. E a história está repleta de sucessivas administrações dos EUA apoiando líderes estrangeiros que estavam concorrendo às eleições - como Boris Yeltsin na Rússia na década de 1990.
 
Bolsonaro, um aliado próximo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em declarações a uma emissora de televisão em 7 de junho, afirmou que houve fraude generalizada na eleição dos EUA que Biden venceu, repetindo as teorias da conspiração que o ex-presidente dos EUA levantou consistentemente desde novembro de 2020.
Os comentários, obviamente, ecoaram as tentativas renovadas de Bolsonaro de desacreditar o sistema de votação eletrônica no Brasil, onde ele busca um segundo mandato.
Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a parabenizar Biden por sua vitória, e as relações entre as duas maiores economias das Américas esfriaram. Mas, na reunião na quinta-feira, a dupla parecia se dar bem, com Bolsonaro descrevendo sua reunião como “sensacional” e “muito melhor” do que ele esperava. Em comentários à CNN Brasil, ele se disse “espantado” com seu colega norte-americano.
 
Após a foto oficial dos líderes regionais na conclusão da cúpula na sexta-feira, 10, Biden permaneceu conversando com Bolsonaro, tocando o líder brasileiro nas costas enquanto Bolsonaro colocava a mão no ombro de Biden.
Lula, que foi presidente de 2003 a 2010, teve um bom relacionamento com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a quem Biden atuou como vice, durante quase dois anos em que os dois se sobrepuseram como chefes de governo.
 
Falando de Lula durante uma cúpula do G20 em Londres em 2009, Obama disse: “Este é o meu homem” e “Eu amo esse cara”. Mas Lula não levou a sério. Talvez por isso Bolsonaro teve o delírio de acreditar que contaria com apoio de Biden. Bolsonaro isn’t his man...
 
Leia também em Bloomberg.
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