Guarde aí, o nome dela é Elizabeth Bagley e foi indicada por Biden para ser a nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil. Nesta quarta-feira, 18, ela disse que prevê dificuldades nas eleições brasileiras, em outubro, mas que as instituições brasileiras estão preparadas para resistir a pressões antidemocráticas. Se isso se confirmar – e todos esperamos que sim –, ela será indicada como nossa pitonisa de plantão.
"O presidente Jair Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livres e justas", respondeu Bagley ao ser questionada sobre o tema durante a sabatina à qual foi submetida no Senado americano.
"Ao longo de 30 anos, monitorei muitas eleições. E eu sei que não será um momento fácil, muito em razão dos comentários de Bolsonaro", disse ela, em referência às falas do presidente que temos e que buscam colocar em xeque a legitimidade do pleito em caso de uma eventual derrota. "Apesar desses comentários, há uma base institucional. O que continuaremos a fazer é mostrar nossa confiança e nossa expectativa de que eles terão eleições livres e justas", afirmou Bagley.
Em seu discurso de abertura, a diplomata tocou ainda em outro tema sensível ao governo Bolsonaro e disse que terá como principal bandeira o combate ao desmatamento e aos crimes ambientais no país. "Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores da floresta e processar crimes ambientais e atos de violência correlatos", afirmou ela.
Desde que Biden assumiu a Presidência, a área ambiental ganhou papel central nas relações dos Estados Unidos com o Brasil, e os americanos se uniram a países europeus na pressão internacional para que o governo brasileiro apresente melhores resultados no combate ao desmatamento na Amazônia.
Ela também prometeu agir no combate ao tráfico de animais e na ampliação da transparência do Brasil sobre dados de desmatamento, além de se mostrar preocupada com o fato de que, muitas vezes, os EUA importam mercadorias produzidas em áreas desflorestadas, como soja e carne.
Não torcemos por interferências externas, mas talvez seja o caso de Bagley levar um papo reto com Bolso...