06/05/2022 às 09h29min - Atualizada em 06/05/2022 às 09h29min

SHOW DE LULA:

AULA MAGNA NA UNICAMP


 
Foi nessa quinta-feira, 5 de maio, fim de outono, quase inverno, na Unicamp, SP.
Lula da Silva, mais do que uma aula magna, deu uma aula de vida, de presidência, do que significa democracia. Destacou, por exemplo, a democratização do acesso às universidades como compromisso de um novo governo seu. Lembrou que programas como o PROUNI e o FIES causaram uma “revolução” no ensino superior do país, mais que dobrando o número de estudantes universitários. Antes do seu governo, disse Lula, “as universidades não tinham a cara do Brasil, mas das elites. Os pobres das escolas públicas não podiam sonhar com universidade. Era preciso acabar com essa contradição. “Não queremos tirar o lugar de ninguém. O que queremos é igualdade de oportunidades”.
 
“O FIES e o PROUNI foram a revolução que permitiu que a gente saísse de 3,5 milhões para 8 milhões alunos na universidade. Mais importante ainda, que a gente tivesse 51% dos estudantes negros e pardos pela primeira vez na história desse país”, disse Lula.
 
Ele também reafirmou que “educação não é gasto, é investimento”. Disse que “fica muito animado” quando alguém lhe diz que é o primeiro da família a cursar o ensino superior. Do mesmo modo, disse ter orgulho de ser o presidente que mais construiu universidades na história do Brasil.
 
Ele destacou que, infelizmente, os investimentos nas áreas de educação e ciência e tecnologia foram praticamente “zerados” durante o governo Bolsonaro. Também criticou esse presidente por não respeitar a autonomia universitária. “Até reitor eles não indicam mais o primeiro da lista. Eles indicam um que é amigo deles. Eu não quero ter amigo reitor. Quero ter reitor capaz de administrar as universidades brasileiras.”
 
Governar diferente
Aos estudantes, que lotaram o Teatro de Arena da Unicamp, Lula afirmou que não imaginava encontrar o Brasil, hoje, em piores condições do que quando chegou à presidência, em 2003. “Destruir sempre é mais fácil do que construir. Tentar criar políticas públicas que beneficiam o conjunto da sociedade é sempre uma luta. Mas, para acabar com elas, basta um decreto, uma medida provisória”.
 
Ele atribuiu a Bolsonaro a piora nas condições de vida da população. “Ele não entende de absolutamente nada. Só entende de fake news e de miliciano. Uma pessoa que sequer se prestou a acreditar na ciência quando a pandemia chegou no Brasil. Seria tão mais fácil se a gente tivesse alguém com um pouco mais de humanismo, com sentido de fraternidade e espírito de solidariedade para governar o nosso país”, lamentou.
 
Lula disse que pretende se candidatar novamente para fazer “diferente” do governo atual. Afirmou que pretender fazer “mais e melhor” do que foram os seus dois primeiros mandatos (2003-2010). “Eles têm que saber que a gente vai governar esse país diferentemente deles. Não vai ter esse negócio de teto de gastos. Não vai ter garimpo em terra indígena. E não vão arrebentar a cerca para o gado passar”.
 
Também se posicionou contra a privatização da Eletrobrás. Destacou que a venda do setor elétrico inviabilizaria política públicas como o programa Luz Para Todos, que levou energia elétrica a 15 milhões de pessoas em áreas isoladas do país. “Eles dizem que é preciso economizar. Mas economizar pra quê? Para pagar juros? A maior dívida que a gente tem nesse país é com o povo pobre, com as pessoas que estão abandonadas, com os indígenas e os quilombolas”, ressaltou.
 
Fortalecer os BRICS
Em política externa, Lula sinalizou para o fortalecimento do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Para ele, a integração entre esses países é capaz de “mudar um pouco” a atual ordem econômica mundial, reduzindo a dependência do dólar. Mas ele também destacou que a atuação de Bolsonaro e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia fragilizaram o bloco mais recentemente. “Mas se preparem, se nós voltarmos, vamos fortalecer os BRICS para que a gente não precisa mais depender de apenas uma moeda”.
 
Por outro lado, Lula afirmou que o Brasil quer manter uma “boa política” com os Estados Unidos. “Mas a gente quer ser respeitado. A gente não quer que eles façam como fizeram com a Dilma, quando espionaram o governo brasileiro”. Também defendeu a integração com os países da América Latina e destacou que o Brasil tem uma “dívida histórica” com a África.
 
O que Lula fez acima de tudo foi trazer a possibilidade de retomarmos o Brasil para os brasileiros, mulheres e homens, idosos e jovens, brasileiros dos mil cantos do país. Volta, Lula!
 
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