Ciro Gomes quer porque quer tentar ser candidato viável em 2026. Mas quer desde já qualificar-se como o ‘anti-Lula’ de plantão. Aproveitou a lambança que Bolsonaro fez concedendo indulto ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8,9 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por ataques à democracia e instituições, para atacar Lula, que lidera a disputa pela Presidência da República, segundo todas as pesquisas eleitorais.
Ciro chegou ao absurdo de argumentar que “o fato de Lula não ter condenado o decreto escandaloso de Bolsonaro só pode dever-se a duas razões. Ambas extremamente condenáveis. Primeiro, ele já se julga eleito, e, segundo, ele acha que não deve satisfação a ninguém, nem às instituições”, postou Ciro Gomes no Twitter.
Segundo a última pesquisa XP/IPESPE, divulgada esta semana, no primeiro turno, Lula registra 45% das intenções de voto. Nas duas pesquisas anteriores da XP/IPESPE, ele havia registrado 44%. Já Bolsonaro subiu para 31%, quando nas anteriores havia registrado 26% e 30%. Dos candidatos da chamada “terceira via”, Ciro Gomes (PDT) tem 8%, enquanto os outros candidatos somam 7% — João Dória (PSDB), 3%; André Janones (Avante), 2%; Simone Tebet (MDB), 2%. Os outros candidatos, Felipe d’Avila (Novo), Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU), não pontuaram.
Se Lula ou Bolsonaro não fossem para o segundo turno, Ciro estaria certo em começar a se apresentar como candidato viável – mas isso é quase impossível acontecer. Ciro 2030?
A pesquisa ouviu 1.000 pessoas por telefone entre 18 e 20 de abril e foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-05747/2022. A margem de erro máximo estimada é de 3,2%.