15/04/2022 às 14h18min - Atualizada em 15/04/2022 às 14h18min

REVELADO O TRUQUE.

BOLSONARO QUERIA USAR O WHATSAPP PARA TENTAR A REELEIÇÃO



Bolsonaro reclamou da decisão do WhatsApp de lançar novos recursos no Brasil somente após as eleições de outubro. O adiamento da atualização é fruto de um acordo da empresa com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
 
O WhatsApp anunciou nessa quinta-feira, 14, que, no próximo ano, vai lançar nova funcionalidade, chamada Comunidades. Com esse recurso, será possível que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes.
 
Em janeiro, O Globo mostrou que especialistas brasileiros demonstraram preocupação acerca da nova funcionalidade. Segundo eles, o Comunidades pode turbinar a disseminação de notícias falsas e ataques virtuais, já que o aplicativo está presente em 99% dos smartphones no Brasil, segundo levantamento da Opinion Box, e trata-se da principal fonte de informação dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Congresso em 2019.
 
Bolsonaro participou de um passeio de moto com apoiadores em São Paulo nessa sexta-feira, num trajeto que vai da capital até Americana. No meio do caminho, ele parou para falar com outros motociclistas e afirmou que o acordo do WhatsApp com o TSE "não será cumprido".
— E já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido, este acordo que por ventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento — declarou.
 
A circulação em massa de mensagens com conteúdos falsos, especialmente em ambientes fechados, como o WhatsApp, foi apontada como uma ameaça às eleições de 2018, o que levou autoridades a se mobilizarem para evitar o mesmo cenário este ano.
 
No julgamento da ação que pedia a cassação da chapa que uniu Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, sob a acusação de disparos em massa, o ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE ao longo do processo eleitoral deste ano, foi direto ao tratar do assunto: "Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas vão para a cadeia".
 
Bolsonaro deveria esquecer tudo isso. Com WhatsApp ou sem WhatsApp, ele pode começar a tratar de deletar a ‘reeleição’...
 
Leia também no Globo.

 
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