Disse O Globo que, após o senador Randolfe Rodrigues (REDE) anunciar ontem, 8, que conseguiu todas as assinaturas necessárias para protocolar o pedido de uma CPI – já conhecida como CPI do MEC –, com objetivo de apurar irregularidades no Ministério da Educação, o governo federal criou uma força-tarefa liderada pelo chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, para barrar o andamento da solicitação.
Parece que o Planalto quer convencer senadores a retirarem o apoio antes de o requerimento ser protocolado para a criação do colegiado. O medo é que a CPI desgaste a imagem do governo, com a eleição cada vez mais perto e Lula cada vez mais à frente nas pesquisas.
O pedido da CPI, apenas com disse-me-disse sem provas, só tem um fato determinado, que seria uma tentativa do coordenador da campanha de Lula de atacar o presidente Bolsonaro, em ano eleitoral. Sinal de desespero por não ter conseguido?
Ministros e aliados de Bolsonaro incumbidos de evitar o novo revés ponderam que não há um "fato determinado" para justificar a abertura da CPI. Alegam, ainda, que o governo está colaborando com a Comissão da Educação e que a Polícia Federal e órgãos de controle também já investigam o caso. E ainda destacam que o ministro da Educação envolvido nas suspeitas de irregularidades, Milton Ribeiro, já foi afastado do cargo.
Parece que a pressão pode ter começado a fazer efeito, porque, dos 27 senadores que assinaram a solicitação, três já desistiram, relata o jornal. Ontem, 8, a senadora Rose de Freitas (MDB), que consta na lista dos parlamentares que votaram a favor da CPI, disse que seu nome foi incluído sem sua autorização, conforme noticiado.
Segundo o senador Carlos Viana (PL-MG), indicado nesta semana como líder do governo no Senado, além de Rose de Freitas, outros três senadores também retiraram suas assinaturas, mas evitou dizer quais. O Globo apurou que um deles foi o senador Weverton Rocha (PDT-MA). Sobre Freitas, Randolfe rebateu a acusação e exibiu documento assinado pela parlamentar em que pede a inclusão na lista, de acordo com a mídia.
Não podemos esquecer que o objetivo da CPI é investigar supostos casos de corrupção envolvendo verbas do MEC, prefeituras municipais e pastores. E naturalmente isso vai dar muito o que falar no eleitorado.