08/04/2022 às 21h58min - Atualizada em 08/04/2022 às 21h58min

QUEIROGA PARECE NÃO CONHECER A CONSTITUIÇÃO.

O ABORTO PODE SER PRATICADO EM VÁRIOS CASOS.


 
Lula resolveu defender o direito ao aborto como política de saúde pública. Coisa que até a Constituição prevê. Mas o dr. Marcelo Queiroga, ministro da Saúde de Bolsonaro, subiu nas tamancas e afirmou que a gestão Bolsonaro é contra o procedimento.
 
A declaração foi dada na tarde desta sexta-feira, 8 de abril, durante visita às obras da Unidade de Radioterapia da Santa Casa de Caridade de Bagé, no Rio Grande do Sul. Bolsonaro, o vice- Mourão e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também participaram
 
“Esta semana um assunto veio à tona. Para deixar bem clara a posição do nosso governo: o governo do presidente Jair Bolsonaro é contra o aborto. Respeitamos as exceções da lei, mas estamos a favor da vida desde a sua concepção. É um governo que acredita em Deus, que defende as mulheres, que defende a família”, disse o ministro.
 
Também nesta semana, Lula fez dois discursos defendendo o direito ao aborto. Disse que, pessoalmente, é contra o procedimento, mas reconhece que a questão deveria ser tratada como assunto de saúde pública, e não como crime.
 
“A madame pode ir fazer um aborto em Paris, escolher ir para Berlim. Na verdade, o aborto deveria ser transformado em uma questão de saúde pública, a que todo mundo deve ter direito, e não vergonha”, disse Lula.
 
A fala causou polêmica, surgiram reações negativas de grupos religiosos e conservadores de todos os tipos. Depois, Lula falou novamente sobre o assunto – “O que eu disse é o seguinte: é preciso transformar isso em uma questão de saúde pública. As pessoas pobres, que são vítimas do aborto, têm que ter condição de se tratar na rede pública de saúde. É só isso. Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe”, esclareceu.
 
Rede Cegonha
Durante o discurso desta sexta, Queiroga também fez críticas ao antigo programa Rede Cegonha, lançado em 2011 durante a gestão de Dilma e que visava implementar uma rede de cuidados na atenção materna, com assistência no pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção à saúde da criança e sistema logístico.
Neste ano, a gestão Bolsonaro extinguiu o programa e criou a chamada RAMI (Rede de Assistência Materna e Infantil).
 
“A vida é tutelada pelo Estado, é por isso que o governo do presidente Bolsonaro, ao contrário dos outros governos que criavam programas com nome de aves sem pena e com o bico quebrado (referência à antiga Rede Cegonha), investe em saúde materna. Praticamente dobramos os recursos. Saíram de R$ 630 milhões para R$ 1,5 bilhão todos os anos para fortalecer a assistência materno-infantil”, disse.
 
A nova política desagradou gestores estaduais e municipais de Saúde. Os grupos alegam que solicitaram alinhamento da RAMI junto ao Ministério da Saúde, mas os pedidos não foram atendidos, e as regras foram impostas unilateralmente.
 
Para os conselhos, o governo federal “desrespeitou o comando legal do SUS com uma normativa descolada da realidade dos territórios, desatrelada dos processos de trabalho e das necessidades locais”.
 
A sorte do país é que esse governo será abortado na próxima eleição...
 
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