03/04/2022 às 10h05min - Atualizada em 03/04/2022 às 10h05min

DILMA E AS CADEIAS GLOBAIS DE VALOR:

“A APPLE USAVA MAIS DE 200 PAÍSES EM UMA ESTRUTURA DE PRODUÇÃO.”


 
Dilma deu uma entrevista para o Brasil247 e deu um show. Fala da globalização, por exemplo. Veja trechos:
“A globalização faz com que um país exporte pra outro que exporta pra outro que faz toda a transformação, joga na cadeia internacional.
Então criam-se hubs. Tem o hub dos Estados unidos com Canadá. Tem outro que é da China com toda a Ásia. E há relações entre esses grandes hubs.
 
As Cadeias Globais de Valor são redes complexas – que nelas fluem bens, serviços, tecnologia, se vende, se troca, se compra e se produz. A Apple, por exemplo, usava mais de 200 países em uma estrutura de produção. Isso produzia uma integração. Isso foi até a grande crise financeira de 2008 a 2009. Essas cadeias produziam acima do PIB internacional, com crescimento acelerado, que diminui. Elas passam a crescer abaixo do PIB.
Em 2017, recuperam e crescem acima. Ficam no vaivém, até que chega a pandemia de 2019, e as cadeias passam a ter vários problemas.
 
Nós chegamos a 2022 e, além dos efeitos econômicos da guerra, temos interrupção do fornecimento de petróleo e gás, de alimentos, de matérias primas fundamentais tanto para produzir aviões quanto para produzir até latinhas de cerveja.
 
Mas além disso o que produz efeito completamente destruidor são as sanções que os Estados Unidos e a União Europeia praticaram contra a Rússia.
Com as sanções, você cria uma insegurança generalizada em relação a algumas instituições. Por exemplo, o dólar. Afinal, tanto o dólar como o sistema financeiro estão baseados na confiança. Os EUA lucraram muito com o dólar como reserva de valor.
Agora, todos os países perdem a confiança nas reservas em dólar e vão diversificar suas reservas. Não vão ficar mais apenas no dólar. Alguns até sairão do dólar, para o ouro e outras moedas.
 
Que aconteceu na relação da China com a Arábia Saudita? A China compra petróleo da Arábia Saudita, que aceitou receber da China o pagamento do petróleo que vende em moeda chinesa, o yuan.
Isso lembra quando o dólar se separou do fundamento do ouro. Todos os países que tiverem reservas vão diversificar suas reservas.
 
Quando a Arábia Saudita aceitou receber em dólar, isso deu legitimidade ao dólar.
Agora, Putin está obrigando a Europa a valorizar o rublo.
 
Nós temos o petróleo. E as relações internacionais vão mudar. Temos que proteger nossas riquezas e valorizá-las.
 
Sempre acreditei no meu povo. E o povo pode desesperar. A democracia é um valor de estabilidade para o país.
O brasileiro tem que se organizar.
 
Venderam os dutos da Petrobrás.
A ordem é ‘privatizar o que puder’. É pilhagem.
 
Desglobalização é algo muito sério.
Temos que recompor o modelo produtivo.
O povo tem que se organizar para defender o que é seu.
O povo acha que agora está demais e pode desesperar.
 
Assista a entrevista completa e arrepie-se. Aproveite para mobilizar-se cada vez mais pela derrota do bolsonarismo. É uma questão de sobrevivência do Brasil.

Assista:
 
 
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