27/03/2022 às 08h22min - Atualizada em 27/03/2022 às 08h22min

​BOLSONARO EM DESESPERO

TENTA RECONQUISTAR OS ‘ARREPENDIDOS’

 
Bolsonaro olhou à esquerda, olhou ao centro, olhou à direita, olhou à sua amada extrema-direita e concluiu que a reeleição já era. Pediu conselho a seus aliados e eles admitiram que será preciso ir além do cercadinho do Palácio da Alvorada para ganhar a eleição e defendem reconquistar os votos dos chamados "arrependidos" de 2018, aqueles que votaram em Bolsonaro na onda do antipetismo e que agora migraram para a terceira via ou até para Lula.
Para piorar, a expectativa de que o cenário econômico estivesse melhor no período eleitoral murchou inteiramente. Consideram que, com os efeitos da guerra na Ucrânia – principalmente a inflação alta –, dificilmente a economia será um trunfo do último ano desse governo Bolsonaro. Nem mesmo com o Bolsa Família transformado no Auxílio Brasil com tíquete superior, de R$ 400...
Para tentar se recuperar, Bolsonaro vai reforçar a sua ladainha antipetista e empurrar a narrativa de que não há corrupção no governo Bolsonaro — coisa que o ministro Milton Ribeiro, da Educação, andou desmentindo nesta última semana...
 
O mais interessante é que, nos levantamentos acessados por aliados, verificou-se que, além das mulheres, os jovens integram o grupo de maior rejeição a Bolsonaro.
Recentemente, no Paraná, em participação virtual, Bolsonaro foi questionado por aliados sobre de que forma poderiam ajudá-lo.
Bolsonaro, no desespero, disse: "Não esqueça de procurar alguém que pensa diferente de você e, pelo convencimento, mostrar para ele a grandiosidade do Brasil. Os problemas que vivemos atualmente são superáveis, sim, mas, se um dia viermos a perder a liberdade, daí creio que dificilmente ela será reconquistada lá na frente". Esqueceu de dizer que teve toda a liberdade para lançar o país nessa situação...
 
Ao longo de seu mandato, Bolsonaro foi aconselhado a pegar leve em seu discurso, principalmente na maluquice anti vacinas. Mas, além de não ter tomado vacina, ainda questionou sua eficácia durante toda a pandemia – em especial a infantil. Sua filha mais nova, Laura, de 11 anos, não vai se vacinar, segundo ele.
 
Nos últimos meses, Bolsonaro – assombrado – tem maneirado. Os aliados estão buscando uma versão light para os discursos. Dizem coisas como que, se quiser, Bolsonaro pode criticar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), desde que não ameace a instituição ou xingue diretamente esse ou aquele ministro. O entorno do presidente sabe que Bolsonaro não muda muito. Apesar disso, acreditam um Bolsonaro paz e amor ajudaria a trazer votos da centro-direita para a sua campanha. Acham até que a ligeira melhora no Datafolha já é resultado dessas mudanças: Bolsonaro será derrotado por Lula com ‘apenas’ 21 pontos de diferença: 55% contra 34%.
 
Leia também na Folha.

 
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