Não, o Chacrinha não voltou. Estamos diante desse grande animador do governo Bolsonaro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Flagrado e gravado em ação, Ribeiro disse que prioriza a liberação de verbas a prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, segundo reportagem publicada pelo jornal "Folha de São Paulo". No áudio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitação do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou que o colegiado vai avaliar na próxima quinta-feira, 24, o requerimento de convocação do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Para Castro, as ações de Ribeiro configuram tráfico de influência, por ele supostamente favorecer alguns pastores.
— O ministro diz, com todas as letras, que, em primeiro lugar, vai levar os recursos para os municípios que mais precisam. E em segundo lugar, vai levar os recursos para os amigos do Pastor Gilmar. Se isso aí não for tráfico de influência, eu acho que não existe tráfico de influência — disse Castro. E acrescentou: — Recursos públicos não podem ser tratados com essa leviandade, com essa leveza toda. Eu já mandei pautar o requerimento e quinta-feira pela manhã nós vamos submeter a sua aprovação aos colegas. Sendo aprovado, o que eu espero, imediatamente, eu vou convocar o ministro.
O pedido da oitiva de Ribeiro foi apresentado hoje pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). "Os fatos narrados são gravíssimos e cabe a este Parlamento, por meio da Comissão temática de Educação de sua Casa Alta, a apuração com rigor dos eventos, o que só será possível com o comparecimento pessoal do Ministro em questão para prestar os devidos esclarecimentos", justificou Randolfe no documento. E, em outro requerimento, também sugere que seja ouvido o presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes da Ponte, além dos dois pastores envolvidos.
"Resta claro que o ministro da Educação, ao conceder liberação célere de recursos, priorizando atender 'a todos que são amigos do Pastor Gilmar', patrocina ou apadrinha diretamente interesse privado perante a administração pública, valendo-se para isso da sua qualidade de funcionário público, o que configura crime de advocacia administrativa”, afirmou Contarato no documento.
O senador pede que o STF solicite ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a abertura de inquérito para apurar se Ribeiro cometeu eventual infração penal. O parlamentar cita que o ministro pode ter praticado o delito de advocacia administrativa e prevaricação.
Pelo que foi divulgado, ele fez um verdadeiro atentado ao país – e alega que foi sob orientação do presidente da República! Que país é este, Francelino Pereira?!?!???