11/02/2022 às 10h42min - Atualizada em 11/02/2022 às 10h42min

“A CULPADA FOI A VACINA”

FLÁVIO BOLSONARO RECONHECE O ERRO



Em entrevista ao GLOBO, Flávio Bolsonaro reconhece que pesquisas internas do comitê de campanha apontam que o desgaste Bolsonaro é consequência do discurso antivacina. Ele não se imunizou – e, por diversas vezes, já colocou em dúvida a eficácia e segurança dos imunizantes.
  
Enquanto não consegue convencer o pai a mudar de opinião, ele ensaia a defesa de Bolsonaro (alegando que o governo nunca deixou de fornecer vacinas) e o ataque aos adversários, culpando o ex-juiz Sérgio Moro pela soltura do ex-presidente Lula, porque "fez coisas que estavam fora da lei".
 
Flávio ainda reconhece erros cometidos pelo governo e diz que o comportamento de Bolsonaro mudou nas últimas semanas para evitar fornecer munição aos seus detratores. Ele também diz que o partido Republicanos, importante aliado do governo, está mais distante do núcleo duro do comitê de campanha, e afirma que acredita ser possível avançar numa negociação com o União Brasil.
 
O Globo: Qual é o seu papel no comitê de campanha e quais os papeis de outros integrantes?
Flávio: Estou dedicando um tempo para tomar todas as decisões no tempo que o presidente não tem. Sei quais são as preferências e como funciona um pouco a cabeça dele. Isso estabiliza e dá menos trabalho a ele. Sei mais ou menos o que ele quer nos estados, sei com quem é possível caminhar e com quem não é. Começamos a fazer um mapeamento de todo o Brasil, traçando a estratégia nos estados e vendo o que é importante para cada partido, para que todo mundo fique bem atendido nessa coalizão. Também estamos montando a estratégia da comunicação.
 
Nas pesquisas que fazemos, observamos que muita gente não tem conhecimento das coisas boas que o presidente Bolsonaro fez, muito em função da nossa deficiência na hora de comunicar. No começo do governo, havia o entendimento de que o uso de internet bastaria, por isso não se priorizou, por exemplo, a publicidade do governo nos veículos impressos, televisão, de rádio. Hoje a gente sente falta.
(Nota D&D: Como assim ‘coisas boas’? Quede? Cadê? Onde estão?)
 
 
Quem será o marqueteiro da campanha?
O marqueteiro da campanha será Jair Messias Bolsonaro mesmo. Os próprios publicitários com quem temos conversado têm essa consciência. Não funciona alguém do lado do Bolsonaro falando o que ele tem que fazer todo dia, do que tem que falar e como se portar. Nosso trabalho vai ser criar uma metodologia para mostrar o que, segundo as nossas pesquisas, funciona, o que o povo gosta mais, com o que se incomoda e levar essas informações mastigadinhas para ele, Bolsonaro, decidir o que fazer. De duas semanas ou três semanas para cá, ele já deu uma mudada na postura. Ele já entendeu que não adianta deixar coisas mal explicadas, pois serão exploradas contra ele. As pesquisas mostram que a questão da vacina gerou um desgaste. Mas Bolsonaro  garantiu a vacina para todo o Brasil. Quem quis tomar a vacina teve acesso a ela. Como é que a gente comunica isso para que o povo entenda que o Bolsonaro não é contra a vacina?
 
Mas ele não se vacinou...
 
Leia também no Globo e no Brasil247.
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