30/01/2022 às 08h32min - Atualizada em 30/01/2022 às 08h32min

‘MAUS’ VIROU SUCESSO NOS EUA.

MAS FOI PROIBIDO NO TENNESSEE...


A história em quadrinhos "Maus", da Amazon, sobre o Holocausto, foi o segundo livro mais vendido da editora, nesse sábado, 29. Isso depois de ter sido retirado do currículo de escolas nos Estados Unidos...
 
Na história, Art Spiegelman traz lembranças do pai, sobrevivente do Holocausto, representando judeus como ratos e os nazistas, como gatos. A obra já ganhou um prêmio Pulitzer em 1992, é considerada um clássico do gênero e já foi traduzida para mais de 20 idiomas.
Apesar disso, autoridades escolares de um condado do Tennessee, no sul dos Estados Unidos, proibiram o livro por considerá-lo de conteúdo "impróprio". Trata-se de mais um capítulo na guerra escolar em estados conservadores do país.
 
Talvez tenha ajudado "Maus" ganhar o topo da lista dos mais vendidos da Amazon nas categorias ficção satírica e quadrinhos e graphic novel, além de aparecer em segundo lugar na categoria geral. O segundo volume da obra também está no ranking, que é atualizado a cada hora.
 
Na quinta-feira, 27, Spiegelman foi entrevistado pela CNN e disse ter mergulhado em uma "confusão total" antes de "tentar ser tolerante com essas pessoas que poderiam não ser nazistas", mas "que se concentraram em algumas palavras pesadas".
 
Também na quinta, celebraram-se 77 anos desde a liberação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau. Por isso, o Museu do Holocausto de Washington enfatizou, em sua conta no Twitter, que "Maus" desempenhou "um papel vital" na educação sobre o Holocausto "ao compartilhar informação detalhada e pessoal das experiências de vítimas e sobreviventes".
 
A questão é que esse não é um caso isolado. Os estados conservadores têm atacado com frequência livros sobre questões sociais como o racismo ou a identidade de gênero.
Outro clássico, "Amada", da escritora americana Toni Morrison, foi alvo de polêmica recentemente. Uma mãe do estado da Virgínia afirmou que seu filho adolescente teve pesadelos depois de ler o livro, que conta a história de uma ex-escrava que decide matar a filha para salvá-la das atrocidades da escravidão.
 
Haja atrocidade! Será que tem dedo do Bolsonaro nisso?
 
 
Leia também na Folha.

 
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