“Nenhuma eleição moderna teve um candidato tão favorito quanto Lula”, é o que afirma o sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, que participa do primeiro Webinário Fórum, que vai debater o cenário político e esclarecer como funcionam as pesquisas eleitorais
Marcos Coimbra considera que Lula, do PT, tem amplas condições de vencer a eleição já no primeiro turno. Todos nós já percebemos isso. Mas vindo de Coimbra, que já fez ou acompanhou zilhões de pesquisas eleitorais, isso ganha ainda mais força.
“Lula é o maior favorito que temos desde quando existem pesquisas de opinião no Brasil. Nenhuma eleição moderna teve um candidato tão favorito quanto ele. O que não quer dizer, é óbvio, que tenhamos condições de afirmar, com segurança, que ele vai ganhar no primeiro ou no segundo turno. O que é possível dizer é que ele é favoritíssimo a ganhar a eleição”, afirma Coimbra.
Ele não vê grandes diferenças entre vencer no primeiro ou no segundo turno. “No médio e no longo prazo isso, rapidamente, deixa de ser importante”. Mas Coimbra está enganado. Quanto mais cedo o país se sentir livre de Bolsonaro, melhor para cada um de todos nós.
Coimbra relembra que quase nenhuma eleição brasileira moderna teve vitória no primeiro turno, a não ser as duas vencidas por Fernando Henrique Cardoso, PSDB, que foram um caso à parte. “Ambas foram especialíssimas. Foram as eleições mais manipuladas, mais caras, na qual houve uma candidatura que congregou o universo das forças de centro e de direita brasileiras. Não houve dissidência na direita, todo mundo votou no Fernando Henrique. Mas essas condições não se repetem. Portanto, é provável que o padrão de vitória só no segundo turno se repita”, destaca.
Coimbra não vê a possibilidade de Bolsonaro ter uma “carta na manga”, que consiga reverter o cenário de queda acentuada e contínua de popularidade. “Bolsonaro tem tudo para continuar a cair. Não acho que ele tenha um modo de reverter esse quadro. Ele decepcionou a grande maioria do eleitorado brasileiro que votou nele no segundo turno em 2018, acreditando que ele poderia ser um sujeito diferente, pois ele tinha suas particularidades, mas era diferente e valia a pena tentar para ver se dava certo. O eleitor resolveu tentar, mas deu errado”, diz.