14/01/2022 às 08h35min - Atualizada em 14/01/2022 às 08h35min

MORO CANDIDATO?

NÃO PODE FAZER MUITO PELO PODEMOS.


A presidente do Podemos, Renata Abreu, mira o Sul e o Sudeste como as principais regiões para alavancar a candidatura do ex-juiz Sérgio moro à presidência da República. Naturalmente, ela faz isso pensando em um terceiro ou quarto lugar agora, para ajudar as candidaturas regionais de deputados e senadores e também de prefeitos.
A aposta é que um pequeno crescimento nessas regiões, sobretudo nos estados mais populosos, como São Paulo, pode representar um acréscimo relevante na disputa e mais representatividades regionais.
 
Ela considera que São Paulo é onde o Podemos tem uma de suas maiores forças, com 22 prefeituras, sendo cinco consideradas grandes: Osasco, Mogi das Cruzes, Rio Grande da Serra, Taboão da Serra e Itapevi.
O Podemos ainda tem 35 vice-prefeitos e é, segundo Renata, a quinta maior força em São Paulo em termos de população governada.
No estado, o partido está em conversas avançadas para apoiar a candidatura de Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, ao governo paulista.
Há inclusive conversas para que ele e outros integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) se filiem à sigla.
Caso isso ocorra, o partido projeta aumentar para até sete o número de deputados estaduais e chegar até a nove deputados federais eleitos. O Podemos elegeu três, mas hoje tem apenas dois parlamentares na Câmara.
 
Renata Abreu diz que o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro fará uma série de agendas em São Paulo e gastará muito tempo no estado.
"Se cresce 2% em São Paulo, cresce muito. Tem de fazer a construção muito bem nessas regiões. É melhor começar por onde o Podemos está bem construído e já tem grandes apoiadores", afirma Abreu.
 
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro, Moro aparece com 9% das intenções de voto, em terceiro lugar, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 7%. Na sua frente, estão Lula, com 48%, e Bolsonaro, com 22%.
 
No Sul e no Sudeste, especificamente, Moro tem performance melhor, com 13% e 12% das intenções de voto, respectivamente.
No Nordeste, ele tem 3% das intenções de voto e, no Norte, 8%. Moro é rechaçado por eleitores de esquerda, principalmente apoiadores de Lula.
É bom sempre lembrar que foi ele, como juiz, que conduziu as ações da Lava Jato enquanto era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e que sofreu uma forte derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), no ano passado, que o considerou parcial nas ações em que atuou como magistrado federal contra Lula.
 
No Centro-Oeste, 13% da população declararam o objetivo de eleger o ex-juiz.
 
No Sudeste, em Minas Gerais especificamente, Abreu diz que tem conversado com o atual governador do estado, Romeu Zema (Novo), e que ele já se colocou à disposição para abrir palanque para o ex-juiz.
No Rio de Janeiro, ela afirma que a intenção é lançar um candidato ao Senado, mas que o nome ainda não foi definido.
 
Já no Sul, no Paraná, terra natal de Moro, a aposta será na reeleição do senador Alvaro Dias (Podemos). No Distrito Federal, Abreu quer lançar o senador Reguffe ao governo.
 
Apesar do investimento nas regiões onde Moro já vai melhor, o Podemos quer que ele siga o giro no Nordeste e também fará esforço por palanques na região.
O Podemos tem Eduardo Braide, prefeito de São Luís, capital maranhense, por exemplo, e aposta que lá Moro poderia pontuar melhor.
 
A presidente da legenda diz que o momento é justamente de reunir o partido e ajustar as candidaturas em cada região. Moro deverá fazer um giro pelo país, mirando segmentos específicos para alavancar a candidatura.
 
As próximas viagens serão para Ceará, Piauí e Espírito Santo. Na semana passada, Moro já esteve pelo Nordeste. Nesta semana, ele foi ao Rio de Janeiro, a Brasília e a São Paulo.
Moro desembarcou em Brasília onde conversou com o economista Marcos Cintra pelo telefone. Cintra é ex-secretário da Receita Federal do governo Bolsonaro e planeja apresentar um plano econômico ao ex-juiz.
 
Moro também andou conversando com o grupo que elabora o plano de governo voltado para a Amazônia – coordenado pelo economista Affonso Celso Pastore – com o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos) e com coordenadores estaduais do Podemos.
Em São Paulo, Moro se reuniu com o grupo de especialistas em direito que o ajuda a elaborar propostas de mudanças para o Judiciário – provavelmente porque não aceita a decisão do STF que anulou sua parcialidade na condenação de Lula.
 
Na segunda, 10, no Rio de Janeiro, ele se encontrou com o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa. Apesar da reunião, o ministro aposentado da corte não pretende apoiar o ex-ministro da Justiça porque o vê com desconfiança.
Barbosa desaprova a aproximação do pré-candidato com procuradores da Lava Jato e militares e também é crítico da decisão de Moro de largar a magistratura e ter assumido o Ministério da Justiça de Bolsonaro.
Barbosa, aliás, que é eleitor de Ciro (no primeiro turno) e de Lula (no segundo turno, se houver), ficou indignado com o uso de seu nome por Moro.
 
Enfim, Moro precisa fazer muito mais para justificar o que está recebendo do Podemos. Mas é verdade que ele ri à toa, enquanto o país sofre, esperando por Lula...
 
Leia também na Folha e no Brasil247.

 
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