29/06/2019 às 15h22min - Atualizada em 29/06/2019 às 15h22min

DOIS DIRETOS NO QUEIXO DE VIDRO DO PUGILISTA FARSANTE



A descoberta pela Veja da testemunha de acusação indicada por um juiz (?), que deveria ser neutro, bem como a revelação pela Intercept das conversas de procuradores da Lava Jato que afirmam não confiar em Moro e que ele “viola sempre o sistema acusatório”, representam dois fortíssimos golpes diretos na cara de pau desse juiz farsante, que continua tentando se apresentar como paladino da justiça.
Moro não consegue dar uma explicação convincente para suas violações, agora reveladas por uma rede de veículos de informação, inclusive da direita, como Veja e Estadão. Para sustentar a sua mirabolante versão de “invasão de hackers e deturpação dos fatos” ele usa o argumento da autoridade: é assim porque eu, ministro da Justiça e super-herói da Lava Jato, estou dizendo que é!
Ou pior: tenta naturalizar suas violações como coisa normal no sistema jurídico nacional, o que vem provocando reações indignadas de juízes que cumprem a Constituição e dizem justamente o contrário, que juiz tem de ser neutro, imparcial e equidistante das partes.
O sistema que derrubou a presidenta Dilma e elegeu Bolsonaro à custa da prisão de Lula, está vivendo nesse momento um grande impasse. E por sistema entendemos o mercado financeiro, a Rede Globo e os setores golpistas do Judiciário, Congresso e Forças Armadas. Pois então, esse sistema não consegue impedir o rápido desmonte moral do principal esteio moralista do golpe contra o PT, mas precisa desesperadamente manter Lula preso para poder garantir a continuidade do governo fascista de Bolsonaro, filho legítimo do golpe de 2016.
De nossa parte registramos, para se levar em conta nas análises de conjuntura, as mudanças mais significativas do quadro político desde junho de 2013, incluindo aí a reeleição de Dilma, que ganhou a eleição mas não conseguiu governar.
São as seguintes: 1) povo nas ruas defendendo os direitos sociais e trabalhistas e a democracia e não ideias de extrema-direita e o golpe antidemocrático; 2) desmascaramento em grande parte da opinião pública, que até agora se deixava manipular docilmente, do principal esteio do golpe, o falso super-herói moralista Moro e 3) a quebra da unidade monolítica da grande mídia que apoiou o golpe, condição indispensável para se convencer a sociedade que o golpe não foi golpe. 
Como pano de fundo dessas mudanças positivas para a retomada do Estado democrático de direito, principal objetivo do campo da centro-esquerda, temos, de um lado, a solução Lula, que cresce à medida que Moro afunda, e, de outro, o agravamento da situação econômica, com o país estagnado e beirando a recessão e um governo totalmente incompetente para enfrentar a crise. 

Val Carvalho
 
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