29/12/2021 às 08h59min - Atualizada em 29/12/2021 às 08h59min

SENTIU CHEIRO DE QUEIMADO, MORO?

ONDE HÁ BOLSONARO, ALGUÉM PODE SE QUEIMAR...


O doleiro Alberto Youssef transformou-se em símbolo da Lava Jato, bancou parte das campanhas políticas do senador paranaense Álvaro Dias (PODEMOS-PR), principal aliado de Sérgio Moro, o ex-juiz declarado suspeito pela suprema corte brasileira e que seria responsável pela destruição de 4,4 milhões de empregos, segundo o DIEESE. É o que revela a reportagem de Felipe Bachtold e Vinicius Konchinski, publicada na Folha desta quarta-feira, 29.
 
"O operador financeiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato, financiou uma das campanhas eleitorais do agora maior aliado político de Sérgio Moro, juiz símbolo da operação. Duas empresas de Youssef em 1998 pagaram R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) à campanha a senador de Álvaro Dias, hoje no PODEMOS e à época no PSDB. As informações estão na prestação de contas de Dias entregue naquele ano à Justiça Eleitoral no Paraná. As doações se referem a horas de voo em jatinhos que Youssef cedeu ao então candidato", informam os jornalistas. E precisa mais? Então vamos lá.
 
Aparentemente, Moro já tinha essas informações durante a Lava Jato e teria blindado Álvaro Dias, aliados políticos já naquele período. Hoje, os dois estão no mesmo partido e os pagamentos que a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal fez a Moro serão investigados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A empresa lucrou com a quebra de grandes construtoras brasileiras e depois bancou Moro nos Estados Unidos – o que aponta possível conflito de interesses e corrupção numa prática conhecida como ‘porta giratória’. Existe até um documentário sobre o caso, realizado por Joaquim de Carvalho sobre o enriquecimento do ex-juiz suspeito Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
 
Álvaro Dias foi procurado pela Folha e já teria encaminhado documento do Ministério Público paranaense que afirma que, após diligências e depoimentos, procedimento relacionado a esse relato foi arquivado em 2004 por falta de provas. "O elo de sua campanha nos anos 1990 com Youssef tem sido resgatado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. No último dia 12, o presidente, que disputa o eleitorado à direita com Moro, publicou vídeo de um apoiador que reproduz trecho do depoimento do doleiro à CPI", informam os repórteres.
Eles lembram ainda que, nos anos 2000, "o então juiz mandou prender o operador no âmbito do caso Banestado, um mega esquema de evasão de divisas por meio do extinto banco do estado do Paraná – hoje tido como um laboratório da Lava Jato – e Deltan também atuou nos processos". Os jornalistas também lembram que, "anos mais tarde, antes da Lava Jato, o magistrado chegou a se declarar suspeito 'por razões de foro íntimo' para atuar em um caso do doleiro que visava rediscutir a delação deste caso".
 
Pois é, como resmunga o Luizinho aqui ao meu lado: ‘Demorô’, mas já se ‘aproximô’...
 
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