A candidatura de Alckmin a vice-presidente começa a minguar. Estava indo bem demais para ser verdade. Claro que Lula, quando fez o convite para Alckmin ser seu companheiro de chapa, não estava de olho nos seus belos óculos. Ficou bem claro que ele queria tirá-lo da candidatura a governador de São Paulo, abrindo caminho para uma vitória mais folgada de Haddad. Simples assim. Mas agora complicou. O PSB ficou de olho grande... e quer mais.
O PSB simplesmente exige a desistência de Haddad (que lidera em São Paulo) e, com isso, coloca em risco a aliança nacional com o PT. “O PT precisa escolher qual conquista eles querem alcançar. Relação de mão única não é uma boa solução”, disse o presidente do partido, Carlos Siqueira.
Após reunião na manhã de ontem com Lula em São Paulo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o PT não atendeu a nenhuma das demandas encaminhadas pelo partido para consolidação de aliança entre as duas siglas em 2022, conforme informação de Andrea Jubé e João Valadares, no Valor Econômico.
“O PT precisa escolher qual conquista eles querem alcançar nas eleições do ano que vem: se é a Presidência da República, ou se querem disputar os Estados”, criticou Siqueira. “Relação de mão única não é uma boa solução”, completou. Um pensamento bobo, porque qualquer que partido sempre quer tudo.
"Para que a composição da chapa com Alckmin na vice de Lula se consolide, o PSB quer em contrapartida que o PT abra mão da candidatura de Haddad para apoiar Márcio França na disputa eleitoral paulista. Nesta configuração, o petista se candidataria ao Senado. O PSB também almeja apoio petista em Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Acre", apontam ainda os repórteres.
Mas a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 18, mostra que o ex-prefeito Fernando Haddad lidera com 28% de intenções de votos para o governo de São Paulo, no cenário sem o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), que é cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. Segundo o Datafolha, sem Alckmin na disputa, Haddad aparece em primeiro, com 28% de intenções de voto. Márcio França (PSB) aparece em segundo, com 19%; Guilherme Boulos (PSOL) vem em terceiro, com 11%; Tarcísio de Freitas (sem partido) em quarto, com 7% e Rodrigo Garcia (PSDB) em quinto, com 6%. Em seguida aparecem Arthur do Val (Patriota), com 3%; Abraham Weintraub (sem partido) e Vinicius Poit (Novo), ambos com 1%. Brancos e nulos, 21% e indecisos, 4%.